“Meu objetivo é criar remos de bambu para todas as atividades que usem remo, em sua prática”, afirma Guilherme, da Bamboo Paddle

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Com espírito aventureiro e muita criatividade, Guilherme Silva Pinto, de 32 anos, criou a Bamboo Paddle, um empreendimento que fabrica remos de bambu, um material leve que permite melhorar a experiência nos esportes náuticos que, aqui em Socorro, são praticados nas modalidades de Rafting, Caiaque Extremo, Stand Up Paddle e Duck.

Quando e como começou o seu interesse nesta área?
Desde que me conheço por gente gosto de água. Eu me lembro quando, ainda pequeno, ia pescar com o meu pai no Rio do Peixe e sempre que podia eu entrava no rio, para brincar. Meus pais dizem que eu aprendi a nadar com dois anos, mas isso eu não lembro. Tive contato com esportes de aventura em meados do ano 2000, quando conheci o Acquaride, esporte em que o praticante percorre as corredeiras de um rio, deitado em um bote inflável; fiquei apaixonado pelo esporte, pratiquei durante alguns anos e me tornei guia de rafting, com 18 anos. Segui nessa atividade durante alguns anos, fui trabalhar e morar em outra cidade e me distanciei dos esportes aquáticos. Sou funcionário público há 11 anos; atualmente, trabalho no Corpo de Bombeiros, sou técnico em edificações, e fiz diversos cursos em diferentes áreas, como hotelaria, bioarquitetura, cheguei a cursar a faculdade de Direito por dois anos, mas acabei deixando tudo para voltar a minha querida Socorro e realizar meu sonho de construir uma casa de bambu.

Desde quando fabrica os remos? Por que usar o bambu?
Conheci as potencialidades do bambu em 2009, quando buscava uma alternativa para construção de uma morada; entre diversos materiais que conheci, o bambu era e é o que temos de abundante, em nossa região. Desde então, sempre pesquiso sobre esse maravilhoso material, que une entre diversas coisas, a leveza e a resistência ideal para a criação de diversos objetos. Há dois anos e meio eu voltei para a prática de canoagem no Rio do Peixe, desta vez utilizando um caiaque; para transpor as bravas corredeiras de nosso rio, há necessidade de utilizar um remo. Como os remos nacionais são muito pesados e os importados são leves, mas são muito caros, eu tive a ideia de unir o bambu com a canoagem, dando origem, assim, ao remo de bambu. Durante esses dois anos de pesquisas, fui a diversas feiras na área de tecnologia de materiais compósitos, feiras de móveis, fiz uma visita na UNESP de Bauru, onde s são referência no bambu, aqui em nosso Estado. Fui pesquisando e fazendo; comecei com um remo em que o cabo era de bambu e as pás eram de plástico; já consegui uma grande diminuição do peso, mas ainda não estava contente. Eu queria um remo com o cabo e as pás de bambu. Fui atrás, insisti, criei alternativas, até que, há alguns meses, saiu o primeiro remo de bambu. Fiquei muito feliz, mas não parei, continuei e continuo, até hoje, em pesquisas e desenvolvimento, para sempre melhorar o Bamboo Paddle.
Guilherme também já deu entrada na patente, como explica: “Eu fiz o pedido da patente, mas ela demora de três anos e meio a cinco anos para sair a patente no meu nome, para concluir todo o processo; é um processo lento e bastante burocrático. Porém, o depósito da patente do remo de bambu está em meu nome, eu já fiz isso há algumas semanas, fico garantido que essa patente é minha. Se tudo der certo lá no final, a patente é minha. Se outra pessoa começar a criar, com esse protocolo que eu tenho do depósito, eu já posso requerer meus direitos”. 

Recebe em média quantas encomendas por mês?
Comecei a remar com ele e meus amigos ficaram interessados, pediram-me para fazer o remo para eles e eu fiz; foram remar em outros municípios, como no sul das Gerais e o pessoal de lá também pediu. Com a divulgação por meio das redes sociais e grupos de WhatsApp, em pouco tempo a notícia se espalhou e os pedidos aumentaram: fiz remo para o pessoal de Porto Alegre, Goiânia, Belo Horizonte e, recentemente, tem um remo de bambu indo para uma expedição, na Amazônia, consigo enviar o remo para todo o Brasil via transportadora. “Dizem por aí que não é o homem que escolhe o bambu e sim o bambu que escolhe o homem”. O bambu é o que há de mais leve, resistente e cresce mais rápido na natureza; estudos científicos mostram que o bambu é mais resistente que a madeira e o concreto, podendo ser comparado ao aço. O bambu é o vegetal que mais influenciou e participou na vida dos humanos, ao longo da nossa história. Seu design natural alia leveza, flexibilidade, resistência e beleza. E é muito forte em várias culturas, pelo mundo! Para os Hindus ele é símbolo de amizade, vai do berço ao túmulo; na China, representa longevidade; no Vietnã, renovação; no Japão, uma floresta de bambu representa uma “barreira sagrada contra o mal”. O bambu é simples, é funcional, é para todos; é o recurso natural que se renova em menor intervalo de tempo. Já fiz remo para caiaque, duck, stand up, remo infantil, e estou trabalhando, agora, nos remos de Rafting, canoa Havaiana, caiaque de pesca, entre outros. Meu objetivo é criar remos de bambu para todas as atividades que se utilizam dele em sua prática, bem como para todas as pessoas que querem ter um remo leve, resistente, bonito, simples e com um preço justo.

Serviço
Para saber mais informações, acesse a página no Facebook: Bamboo Paddle; no Instagram como @bamboopaddle; e-mail  bamboopaddle@outlook.com; dúvidas e sugestões pelo WhatsApp (19) 99483-0392.

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