“Cada peça é uma história”, descreve o artesão Francisco de Luccia Junior

Leitura obrigatória

Francisco de Luccia Junior tem 82 anos e há trinta é artesão. Entre histórias e lembranças do passado, ele nos contou sobre seu início no artesanato e as peças que fabrica em sua oficina. Confira:

Depois de se aposentar na indústria metalúrgica, em São Paulo, sua terra natal, Francisco veio para Socorro e iniciou no artesanato. A mudança definitiva para a cidade foi em 1988, quando comprou um terreno no Bairro Santa Rosa, vindo a morar primeiro em outra casa que possuía. “Foi amor à primeira vista”, conta. Ele relembra também da frase, “quem bebe dessa água não sai mais daqui”, que ouviu de um socorrense, quando passeava pelo Bairro Pompéia. Divertido, simpático e criativo, Francisco descreve a sua vida com muito entusiasmo: já em Socorro, ele foi submetido a vinte e duas cirurgias para se tratar de um câncer de coluna.

Sua maior inspiração é o amor, que une Francisco e a “patroa” Ilse Anna De Luccia há sessenta e dois anos. Juntos, eles dividem a oficina, no Bairro Santa Rosa, entre o bambu e o artesanato em papel.

Uma nova profissão

Ao se aposentar, Francisco usou o tempo livre para investir no artesanato em madeira, fabricando bancos, mesas e outros itens; porém, essa matéria-prima ficou inviável e sua esposa deu a sugestão de usar o bambu. Foi nesse momento que ele descreve a sua “Odisseia” na busca desse material: para treinamento, usava os que encontrava. Depois de fazer várias peças para presentar amigos, eles disseram que o material estava com buracos. Francisco pesquisou e descobriu que o bambu precisava ser tratado. Hoje toda a sua produção é feita com bambus fornecidos por um produtor de Pinhalzinho.

“Cada peça tem uma história”, afirma. Em nossa redação ele mostra as fotos de tudo que já produziu e comenta sobre algumas situações marcantes. O brilho nos olhos de Francisco revela o quanto ele ama o que faz: são colheres, porta copos, porta guardanapos, canecas, incensários, caixinhas de bijuterias, enfim, tudo o que a imaginação permitir que, segundo o artesão, vem em sonho e ele anota tudo ao acordar.

Seus produtos estão em exposição no Espaço do Artesanato, no Parque da Cidade, com acesso pela Rodovia Octavio de Oliveira Santos. E toda essa produção não fica concentrada só em Socorro: ele também leva as peças em eventos que participa em São Paulo e cidades da região. Além do bambu, Francisco se destaca como sendo o único do Brasil a fazer moldes de madeira para nhanduti.

Sua oficina fica à Rua Miguel Russo, 725 – Santa Rosa. Telefones para contato: (19) 98600-6754 ou (19) 99612-0957.

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