4000 mil km, 14 cidades, 4 estados: Rafael Pompeu conta como foi acompanhar a 6ª turnê de Colin Hay  

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O músico Rafael Pompeu, vocalista da banda Rockstrada, acaba de voltar de uma jornada de 14 dias nos Estados Unidos, onde, junto com sua namorada Natalia Borin, acompanhou mais uma turnê de Colin Hay, famoso músico escocês.  Confira a entrevista!

5 - Colin Hay após show XXHá quanto tempo conhece o cantor  Colin Hay? Como surgiu essa amizade?
Meu primeiro contato com Colin Hay foi por e-mail, no ano 2000, depois dele visitar o site que criei e no ar até hoje ( www.colinhay.com.br), dedicado à sua carreira. Em setembro de 2001, com 17 anos, viajei para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde ele mora, e acompanhei alguns shows (viagem que, inclusive, foi reportada pelo O Município). Fiquei alguns dias na casa de sua esposa que, na época, era sua namorada, a cantora peruana Cecilia Noël. Depois, fui convidado para conhecer sua casa e seu estúdio. Eles também me levaram à Disneylândia.

Eu fiz parte da equipe da turnê brasileira do Colin Hay em 2004, e viajei para vários lugares do país, como Uberlândia (MG), Goiânia (GO) e Brasília (DF). Eu era seu assessor pessoal e responsável por levá-lo a entrevistas em rádio e televisão, além dos shows.

Em dezembro de 2007, eu abri o show dele com a Rockstrada, no Tom Brasil, em São Paulo. Acompanhei alguns shows da turnê brasileira de 2011, chegando a rodar 1.800 km, entre ida e volta, numa viagem para Santa Catarina, onde Colin e Cecilia nos receberam para um café da manhã no dia seguinte ao show, em Rio do Sul (SC), quando ele me disse que não tinha planos de voltar ao Brasil.

Em 2013, eu fui até o Reino Unido, e pude assistir o Colin Hay tocado em sua cidade natal, Saltcoats, na Escócia, além de outros shows. Foram 1.600 km de viagem em solo britânico, quando aproveitei para conhecer Liverpool, a cidade dos Beatles. Nesta viagem eu fui entrevistado e me tornei consultor do documentário sobre a vida e carreira do Colin Hay.

4 - Estúdio Compass Records XXVocê acompanharam a turnê por diversas cidades americanas. Foi um convite?
Eu vi que havia diversos shows que aconteceriam relativamente próximos uns dos outros; então, resolvi planejar essa viagem para prestigiar o Colin Hay. Eu o avisei que iríamos fazer isso, e ele, muito solícito, nos colocou em sua lista de convidados para os shows. 

E o planejamento da viagem?
Foi muito simples! Programamos nossas paradas nas cidades onde haveriam shows. Quando a viagem era um pouco mais longa, fazíamos paradas em cidades no meio do caminho, para descansar. Mas vimos shows praticamente todos os dias de viagem. Também assistimos ao show do cantor, compositor e guitarrista americano John Hiatt, em Boca Raton. John Hiatt já teve músicas gravadas por grandes nomes como Eric Clapton, B. B. King e Joe Cocker, entre outros. Ele tocou num festival, e até a organização do evento ficou surpresa com a presença de brasileiros.


Por quais cidades passaram?
Rodamos aproximadamente 4.000 km, em 14 dias. Passamos por diversas cidades, mas paramos em 14 delas, de 4 estados: Estado da Flórida: Clearwater, Fort Lauderdale, Boca Raton, Orlando, Jacksonville e Ponte Vedra; na Geórgia: Savannah, Athens, Atlanta, Chattanooga e Valdosta; na Carolina do Sul: Charleston e, no Tennessee, Franklin e Nashville.
Achei uma experiência engrandecedora, um verdadeiro desafio diário, de rodar grandes distâncias e conhecer novos lugares. Viajávamos no período da manhã, à tarde conhecíamos um pouco do lugar e à noite íamos ao show.
As cidades de interior são muito parecidas, com as lojas de grandes franquias e aqueles bairros de casas sem cercas, com bandeiras dos Estados Unidos nas portas, iguais às que vemos nos filmes. Algumas cidades históricas como Savannah, Charleston, Athens e Franklin têm aquelas construções antigas, muito charmosas e aconchegantes. A mais urbana das cidades que visitamos é Atlanta, onde o trânsito é intenso, e tem vários arranha-céus.
Em 100% dos casos fomos muito bem atendidos e tratados. Os americanos, principalmente nas cidades do interior, são muito receptivos e gostam de conversar bastante. Então, fizemos alguns novos amigos. Alguns fãs do Colin Hay que visitam meu site, fizeram questão de me conhecer e tirar foto comigo, foi muito legal.
6 - Nevou no penúltimo dia XXEm Athens, pudemos visitar locais ligados à banda R.E.M., da qual também gosto muito, como a torre que restou de igreja onde eles fizeram seu primeiro show ou um trilho abandonado que está na capa de um de seus álbuns.
Também fomos recebidos na gravadora de Colin Hay, a Compass Records, em Nashville, cuja sede possui um estúdio histórico, por onde já passaram diversos nomes da música americana, como Johnny Cash, por exemplo.
No último dia de viagem, quando já estávamos retornando para Orlando, para pegar o voo para o Brasil, pegamos um pouco de neve e foi muito legal, porque tanto eu quanto a Natália nunca tínhamos presenciado isso. Começamos o último dia de viagem a -4°C, debaixo de neve, em Chattanooga e terminamos com um céu azul e ensolarado em Valdosta. Foi uma experiência muito interessante.

2 - Entrada do Teatro XX

Você pode afirmar que, a cada show, sentiu uma sensação diferente?
Os shows acabavam sendo uma recompensa por todo o desafio que passamos durante o dia, para chegar até o local. Em seus shows nos Estados Unidos, Colin Hay conta histórias de sua vida entre as músicas, no estilo stand-up comedy, e é muito engraçado. Então, ele improvisa muito com essas histórias. Ele havia me dito no começo que a gente iria enjoar de vê-lo todas as noites, mas perto do final eu disse que foi muito legal ouvir tantas histórias diferentes, além das músicas, que são excelentes. Após todos os shows, ele recebia todas as pessoas que queriam tirar fotos ou pedir autógrafos. Então, parávamos para conversar um pouco, ou simplesmente nos despedirmos.

O que traz na bagagem, após esta jornada?
Conhecer novos lugares, novas culturas e pessoas é sempre engrandecedor. Além de manter o contato com Colin Hay, que teve e tem muita influência na minha musicalidade e história de vida.
O que mais me marcou foi a gentileza dos americanos, que me surpreendeu, e o preço da gasolina, que estava em torno de 40 centavos de dólar, o litro.

Já tinha feito antes outras “jornadas musicais”? Já tem a próxima em mente?
Já sim, esta é a sexta turnê do Colin Hay que eu acompanho. Sendo três no Brasil, duas nos Estados Unidos e uma no Reino Unido. Ainda não planejei nada, mas tenho muita vontade de acompanhar uma turnê que ele fará pela Austrália, onde ele formou o Men at Work e é muito popular, até hoje.

1 - Show Colin Hay XX

 

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