Abertura da exposição “Estações, cores e flores” acontece hoje, no Museu Municipal, às 20 horas

Leitura obrigatória

Estações, cores e flores é uma reflexão sobre a influência do ensinar a despertar sentimentos registrados em momentos marcantes da caminhada do aprender. Esse momento mágico, que acontece no aprender a arte, na vida, será companheiro do aprendiz, mostrando-lhe e definindo valores, na construção de sua história de vida, durante as estações.

Esta mostra cuida daquela semente que cada um traz dentro de si, e que um dia poderá nascer na adversidade do riso, do choro, da alegria, da dor, do amor, da paz…  Na escultura, na música, na pintura, na poesia, no teatro; mas no qual, de algum modo, houve uma intervenção do ensinar e apreender com mestres: de viver em quaisquer das estações, de nelas ver as suas cores e reproduzir a sua luz com a mesma beleza e vigor.

Com Estações, cores e flores a mostra não é completa, perfeita, esplêndida, acabada. Não!  Nem é o que se pretende. É uma proposta à reflexão dos fatos marcantes aprendidos com os mestres das Escolas da Vida, dos Livros, que passaram ou passam entre nós, mas que podem aflorar em qualquer esquina, de súbito, inopinadamente, e despertar o dom da arte, da música, do escrever, do esculpir, do teatro, do trabalhar, do viver… Em oração. Leve o tempo que levar, mas vai aflorar.

Ancora-se, pois, a reflexão na imagem acolhedora da sala de aula da 2ª. Série do Instituto de Educação Narciso Pieroni, em meio a compassos, réguas, transferidores, cola, tesouras, cartolinas e os ensinamentos da querida professora de Desenho, Maria Cecília de Almeida Chehouan. Aulas e aulas, a confeccionar cones, cubos, triângulo com base piramidal, hexágonos etc.; a transferir para o caderno de desenho e dali para quadros, minúsculos retratos dos nossos personagens históricos, Tiradentes, D. Pedro…  A semente do amor à arte estava germinada e, plena de vida, cresceu no aconchego dos livros da rica Biblioteca do Narciso Pieroni, com o encantamento pelos impressionistas, suas cores em luz, a observação das pinturas da Igreja da Matriz, as flores dos jardins – sem sequer perceber a diferença entre os diferentes, ao ver o colorido do que vemos – a natureza.

Certamente, o momento da germinação do amor pelas artes, pintura, escultura, o gosto pela leitura dessa área, somente veio a ser exercitada, trinta e poucos anos mais tarde.

Chegamos à cidade grande, São Paulo, no ano 1975: o encontro com o novo, com o inusitado, as formas, novas ideias, mas na arte, a paixão pela luz das cores e o encontro definitivo da visão impressionista das cores, com as grandes telas, obras e cores da pintura reflexiva de Tomie Ohtake. Influência definitiva e apaixonante da “Visão Daltônica”. O retorno a Socorro, em 1980. Descoberto e consciente do daltonismo, arriscamos dois pequenos quadros e nada mais.  Anos de silêncio, mas sem deixar de estar afeto à arte, em uma casa de artista.

No final de setembro de 2005, quando da realização dos primeiros quadros, após enfrentar uma questão de saúde, foi na pintura reflexiva, com os olhos voltados para a obra de Tomie Ohtake – já pelo consciente e denominado “impressionismo/daltônico”, que nos dedicamos à pintura, como uma oração diária.

A exposição ficará aberta até o dia 30 de setembro, de terça-feira a sábado, no Museu Municipal Dr. João Baptista Gomes Ferraz, à Rua Antonio Leopoldino, nº 185.

 

Estações, Cores e Flores.
No perfume da flor,
sinto o cheiro da cor,
o gosto do amor.
Sou pincel, sou tinta, sou tela e sou cor,
a mão que pinta, o  encanto do viver do amor.
Na confusão da cor,
sou  a tela que reflete as
estações em flor.
A luz da flor, que respira o amor,
e inspira o  pintor.

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