Abstenção nas eleições de 1950: quase 3 milhões de brasileiros deixaram de votar

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Na edição número 1443, de 22 de outubro de 1950, o jornal O Município destaca o número de eleitores que não votaram nas eleições desse ano, o que se repete, pelo jeito, até hoje.

NÃO VOTARAM QUASE TRÊS MILHÕES

O eleitor brasileiro estava mal habituado. Em dias de eleições, rumava para as estações de repouso, para o futebol e para as praias, sem se preocupar com o cumprimento do dever cívico. E nada lhe ocorria, porque as penalidades, na lei eleitoral, meras letras mortas. Agora, no entanto, outra será a atitude da Justiça Eleitoral, pois não se compreende mais a abstenção que se vem verificando, por ocasião das eleições em todo o Brasil.

NADA DE ANISTIA

Em 1945 e 1947, os eleitores faltosos não sofreram a mais leve advertência. Voltaram, portanto, em 1950, a incidir na falta, na certeza de que nada lhes sucederá. Certos estão de que, afinal virá uma anistia e, com esta, o prêmio à indiferença.

Estão, no entanto, equivocados, pois o desembargador Toscano Espinola, presidente do TRE, acaba de informar à imprensa que, dentro de poucos dias, iniciará os processos contra os eleitores faltosos, adiantando-lhes, outrossim, que desta feita, não haverá anistia.

NO DISTRITO FEDERAL

Nada menos de 240 mil eleitores deixaram de votar no Distrito Federal. E, no Brasil, 3 milhões de cidadãos deixaram de cumprir o dever cívico. Os faltosos serão, desta vez, severamente punidos. Assim, só em multas, serão arrecadados, segundo se espera, duzentos e quarenta cruzeiros, isso no Distrito Federal e três milhões no Brasil.

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