Copaíba comemora 14 anos em setembro

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Este mês é de festa para a Associação Ambientalista Copaíba que, no dia 7, comemora 14 anos de história e de luta pela Mata Atlântica.

A instituição tem muito que comemorar. Em 14 anos de trabalhos, a Copaíba contribuiu com a recuperação de áreas degradadas, nascentes quase perdidas, margens de rios e córregos destruídos, além de aumentar a própria instituição, que começou timidamente com uma ideia entre amigos.

“Sinto-me extremamente feliz e realizado em saber que cada muda plantada será no futuro uma árvore, que protegerá o solo e a água, alimentará diversas espécies de animais e dará sementes que serão multiplicadas. É por isso tudo que doo parte do meu tempo para ajudar e apoiar os trabalhos da Copaíba.”, disse um dos fundadores da ONG, Tiago Sartori, que agora contribui com a instituição como conselheiro consultivo.

Mas aquele início que dependia de voluntários e de verbas da venda de camisetas e lasanhas não desanimou o grupo, e novos degraus foram alcançados, ao longo dos anos. “A Copaíba, desde sua fundação, preza pelo profissionalismo e responsabilidade em suas ações. Desde 2002, ao menos uma vez ao ano, toda a equipe de funcionários, diretores e voluntários se reúnem para pensar e planejar o futuro da instituição. Acredito que isso é uma das principais razões do sucesso da Copaíba, somada à dedicação e à honestidade de todos os seus membros.”, explicou Tiago.

Parte do sucesso da instituição contou, também, com a contribuição de uma das biólogas da instituição, Ana Paula Balderi, que ajudou a fundar a ONG e hoje coordena o setor de restauração florestal. “Como toda grande árvore nasce de uma pequena semente, vejo a instituição, após estes 14 anos, como uma árvore já adulta e, como uma espécie de Copaíba, a instituição começa a dar seus grandes frutos e resultados: mudas transformadas em árvores; áreas restauradas; crianças que agora são adultas, sensibilizadas; nascentes voltando a brotar água e trechos de muitos córregos e rios conservados.”, relatou Ana Paula.

A bióloga ressalta, ainda, a importância da seriedade do trabalho feito pela Copaíba, que se firma como referência nas ações ambientais. “Antes, tínhamos que convencer os proprietários de terra e mostrar a importância das matas ciliares; hoje, eles nos procuram para proteger e recuperar suas áreas degradadas.”, destacou.

Outro voluntário que faz parte da instituição desde a fundação, o professor Gerson Augusto Ribeiro Silveira, integrante do conselho diretor, destacou o ganho que a instituição teve com a implantação do Viveiro Florestal. “Uma das coisas mais marcantes, para mim, ao longo dessa história, foi o estabelecimento do Viveiro e com um padrão de qualidade que valoriza o padrão genético da região, nas mudas produzidas. Não consigo passar por lá sem admirá-lo”, disse. Para Gerson, a evolução da capacitação técnica dos profissionais envolvidos na produção das mudas também é um dos grandes fatores de sucesso para a manutenção da diversidade do Viveiro.

Em 14 anos de história, a instituição gerou grandes ganhos para a Mata Atlântica nas bacias dos rios do Peixe e Camanducaia. Veja no quadro abaixo todas as conquistas da Copaíba, em números.

Depois de obter verbas vendendo itens entre amigos e familiares, a instituição passou a inscrever projetos para obter recursos e a partir daí, a Copaíba deu um grande salto na produção de mudas e no atendimento aos proprietários de terra. O primeiro projeto financiado com verba público foi a restauração florestal realizada no Recanto Pitauá, há sete anos – a “menina dos olhos” da Copaíba. Na ocasião, foram plantadas 5 mil mudas com a recuperação de 3,1 hectares de mata, tudo com recurso do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos).

Esse foi apenas o começo. Aquele grupo de quatro amigos e alguns voluntários se tornou uma instituição consolidada, com 10 funcionários, além dos voluntários nos conselhos diretor, fiscal e consultivo.

Grandes financiadores passaram a ser parceiros da Copaíba, entre eles a Petrobras que, por meio do programa Petrobras Ambiental, patrocina o Verde Novo – um dos projetos realizados pela Associação Ambientalista Copaíba para restauração florestal, produção de mudas e sensibilização de estudantes das áreas rurais dos 13 municípios atendidos pela instituição.

Mas todas as ações não seriam conquistas se não fosse o apoio da comunidade. Atualmente, a Copaíba conta com programas de contribuição, voltados para pessoa física – os Amigos da Natureza, e para pessoas jurídicas, se tornando Empresa Colaboradora ou Empresa Amiga da Copaíba.

História – A Copaíba foi fundada em 1999, por um grupo de amigos que resolveu olhar para a natureza da cidade de forma mais ampla. O grupo fez um levantamento ainda amador e diagnosticou a crescente degradação da Mata Atlântica em Socorro. A ideia então foi trabalhar com a restauração de matas ciliares, inicialmente, no Rio do Peixe. Mais tarde as ações foram ampliadas e a bacia do rio Camanducaia também passou a fazer parte dos projetos de restauração florestal.

As reuniões partiram da chácara de um dos familiares do grupo, Tiago Sartori, onde foi improvisado o primeiro viveiro para o plantio das mudas que os voluntários utilizaram nos plantios.

Apesar do início acanhado, a ideia da restauração da Mata Atlântica na região começou a ganhar adeptos de novos voluntários e de entidades de serviços e do setor público. A partir daí, a ONG começou a desenvolver ações integradas na área ambiental, por meio de projetos e programas de restauração florestal, produção de mudas de árvores nativas, sensibilização ambiental e políticas ambientais.

Uma das primeiras ações do grupo foi um plantio de cerca de 80 mudas, em uma área de Socorro, que contou com a participação de muitos voluntários. A partir daí, foi fundada a ONG Copaíba que, mais tarde, passou a ser qualificada como OSCIP. O primeiro projeto foi lançado em dezembro de 2004 – o programa Rio do Peixe Vivo, que tinha como objetivo conservar o rio do Peixe, por meio da restauração das matas ciliares e da sensibilização ambiental da comunidade local.

Em 2005 um novo marco na história da Copaíba permitiu que a instituição chegasse ao nível de referência que está hoje: a mudança do Viveiro para uma sede própria. O local, cedido em comodato pelo Asilo José Franco Craveiro, abriga hoje toda a estrutura da Copaíba: sede administrativa e o Viveiro Florestal, que atingiu este ano a capacidade para produção de 200 mil mudas de espécies nativas. As mudas produzidas na instituição são utilizadas nos projetos de restauração florestal e também são vendidas para interessados que não se enquadram nas especificações do projeto. Parte da produção ainda é destinada para as ações da SOS Mata Atlântica, por meio do click árvore.

 A Copaíba em Números

– 13 municípios atendidos;

– 81 córregos com margens em processo de restauração;

– 102 nascentes cercadas com plantios;

– 118 propriedades participantes dos projetos de restauração;

– Mais de 2.110.000 m² de áreas em processo de recuperação;

– 236 mil mudas plantadas;

– 840 mil m² de margens de rios restauradas, nas bacias dos rios do Peixe e Camanducaia

– Mais de 23 mil crianças, jovens e adultos atendidos pelo trabalho de sensibilização ambiental.

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