Dia do Ceramista é comemorado com exposição e arte no Museu

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No dia 26 foi a abertura da 5ª edição de comemoração ao Dia do Ceramista, organizado por Rosa Pereira e Luka Fagundes, no Museu Municipal Dr. João Baptista Gomes Ferraz, e que estará aberta para visitas até dia 17 de junho.

O Dia do Ceramista é uma data comemorada mundialmente e com grande significado para os apaixonados pelas Artes do Fogo, com esse registro anual, do qual participam as ceramistas Rosa e Luka, junto com outros ceramistas locais: Arakem Augusto, Fátima Faria, Hélcio Moura Cardoso, Jairo Bosnic, Maria Inês Baldini,  Marinilda B. Boulay,  Mel Martins, Néia Brancalion, Nilton Caruso, Ronaldo Cardoso, Rosângela Politano e Sonia Pascoal, com o objetivo de destacar a importância da cerâmica como acessório, utilitário e decorativo.

Buscando inovar a cada ano, nasceu a ideia de homenagear os Oleiros da nossa terra. Começaram com a parceria da Cooperativa dos Oleiros do Bairro Oratório, onde receberam a indicação de uma Olaria para trabalharem o projeto. Conheceram, então, a Olaria Primos Córdoba, de propriedade de Marcos e Antônio, que as recebeu com muita boa vontade em ajudar no que fosse preciso; doaram  todos os tijolos utilizados e a queima necessária para finalizar o processo.

Tendo isso em mãos, foram atrás da E. E. Josephina Galvão de França Andreucci, sob direção de Neusenice Borim, professora de Artes Silvana Pelatieri e secretárias Rita e Zurma, as quais também se comprometeram a ajudar. Foram dois dias de oficina na quadra da Escola, com a ajuda dos alunos e outros funcionários para o que fosse preciso. Agradecemos aos professores que também cederam suas aulas, para que as crianças  tivessem tempo suficiente em participar da oficina.

Os alunos utilizaram o tijolo ainda úmido na técnica de modelagem, trabalhando o tema Construções, e ali saíram muitas casas grandes, hotéis, casas com detalhes externos, os animais de estimação fazendo parte e os jardins. Depois de secarem na escola foram levados para a queima e retornaram à escola, para serem pintados.

Enquanto este trabalho estava sendo concluído, Rosa e Luka foram pesquisar a história dos Oleiros, com visita ao cafeicultor e escritor José Valdir Ferrari, o qual as recebeu. Com as informações obtidas gravamos um vídeo documentário, a respeito do início, datado em 1890; a partir de então, o  Bairro Oratório chegou a ter 90% dos moradores vivendo da Olaria, número que hoje caiu para 20% e com tendência de ser menor ainda, nos próximos anos.

Já na Olaria Primos Córdoba, uma das últimas em tijolo de mão, madrugamos às 4 horas para ver de perto  como funcionava esse processo pesado de fabricação e feito por duas mulheres, que a vida toda trabalharam na feitura dos tijolos.

Passamos dois meses em visitas ao bairro, para não perder nenhum detalhe da produção, oficina na escola e momentos que foram registrados.

Para finalizar nossas entrevistas, tivemos o prazer de passar horas muito agradáveis com o senhor Otávio José Bozola, seu Tico, que trabalhou por 50 anos com Olaria, tanto com telhas como tijolos.

Um artista e engenheiro nato,  escolheu o senhor João Pereto para escrever seu nome, que era registrado nas suas telhas; ele mesmo, com alguma ajuda, construiu seu forno e uma chaminé de 20m de altura, sem ajuda de profissionais, somente com sua intuição apurada. Um local que hoje é um santuário de registros do tempo, das queimas e de muitas histórias.

O trabalho de modelagem dos alunos da escola, dos ceramistas locais, e o vídeo deste projeto pode ser visto no Museu Municipal.

Lembramos que o vídeo necessita de agendamento com Monique ou Jaqueline, secretárias do Museu, às quais agradecemos pela atenção e carinho.

Agradecemos, também, à Prefeitura e a todas as secretarias envolvidas, de modo especial a Tiago Faria, da Secretaria de Cultura.

Foram mais de 200 pessoas envolvidas neste projeto, e agradecemos de coração a cada uma pela atenção, cuidado e profissionalismo.

Assim, acreditamos que podemos somar num mundo tão dividido. A evolução do homem veio com a cerâmica, seja ela em tijolos ou em potes e a ela, hoje, é toda nossa homenagem.

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