No último domingo, dia 25, a socorrense Beatriz Frattini foi destaque mais uma vez, no Circuito Solidário de Xadrez. Aos 13 anos de idade, ela enfrentou adversários experientes e, com excelentes resultados, foi campeã pela categoria Sub 18.
Orgulhosa, sua mãe Cássia Frattini dedica esse desempenho não somente à dedicação da jovem, mas também ao apoio que ela recebe. “Não podemos dizer que são muitos os apoiadores, mas os poucos ajudam a incentivá-la ainda mais. O primeiro e acredito que fundamental, é o da Escola Viverde, que foi onde ela teve seu primeiro contato com a modalidade”, conta ela.
“Comecei a jogar em 2015, no projeto de Xadrez Escolar, com o professor Jair Bueno. Logo nas primeiras aulas já passei a me interessar pelo xadrez de rendimento”, lembra a Bia que, na época, tinha apenas 11 anos.
A diretora da Escola Viverde, Aline Lincoln, conta que o Xadrez Escolar está na escola desde 2014, como uma atividade extracurricular. “Com a prática, percebemos que os alunos participantes desta aula desenvolvem melhor a capacidade de raciocínio para a resolução de problemas, estabelecem relações entre conteúdos matemáticos e as jogadas no tabuleiro, o que leva ao melhor rendimento, não só em matemática, como também nas demais disciplinas”, explica ela.
“Ela não tinha paciência para o xadrez escolar. Não se contentava em apenas ter as aulas para auxiliar em uma disciplina. Ela queria jogar uma partida completa! Foi então que o professor Jair, com o apoio da escola, a incentivou a praticar o de rendimento. Participamos de um campeonato escolar, aqui em Socorro mesmo, e não paramos mais! Até que fomos atrás de um mestre para ajudá-la nos treinos e demos início à nossa temporada de campeonatos”, lembra Cássia.
“A Bia destacou-se desde o início. Assim que a escola propôs as aulas de xadrez, ela participou e começou a apresentar grande habilidade e desejo de aprender. Outros alunos também se destacaram na prática do xadrez em sala de aula, mas ela seguiu em frente, participando dos torneios e campeonatos, sempre contando com o apoio da família e demonstrando muito empenho e dedicação. Nós nos sentimos orgulhosos por ter em nossa escola uma menina que está se destacando no xadrez, em cenário nacional, e muito satisfeitos por saber que tudo começou na escola, por meio de um projeto em que acreditamos desde o início”, completou a diretora.
“Fico muito contente de ter tido a Bia como aluna deste projeto e por ela ter dados seus primeiros passos, ou movimentos, dentro dele. Hoje, ela já se estaca em cenário nacional, e creio que dentro em breve e após muito treino seu destaque será ainda maior”, comemora o professor Jair Bueno.
Apoio e patrocínio para seguir vencendo
Desde 2016, quando participou de seu primeiro campeonato oficial, Beatriz Frattini contabiliza 50 torneios, sendo em média de dois por mês. No total, ela já conquistou 40 troféus e medalhas.
Toda esta rotina tem gerado um alto custo para sua mãe, desde a anuidade da federação, o acompanhamento das aulas semanais e mensais com os mestres Nery e Simon, as viagens e hospedagem. “Está cada vez mais difícil arcar com todos estes gastos. No ano passado, por exemplo, ela perdeu a chance de participar de um torneio internacional que, para a sua evolução, seria superimportante”, lamenta Cássia.
“Infelizmente, o xadrez ainda não é uma modalidade valorizada em nossa cidade; já tentamos de tudo para conseguir uma força do Poder Público, mas não tivemos sucesso. Por outro lado, municípios como Hortolândia, Sorocaba e Registro, já vieram atrás, para que ela os representasse nos Jogos Regionais; no ano passado foi por Hortolândia, agora para este ano, é ela quem vai escolher”, conta a mãe, não deixando de citar, o apoio dado por este jornal. “Com a divulgação dos resultados que ela vem obtendo, conseguimos reunir material para ir atrás de algumas empresas, atrás de patrocínio; isso, sem falar no incentivo”, completa.
E, nesta semana, Bia e seus pais deram um grande passo, com o contrato fechado com a empresa Bioleve, que patrocinará a enxadrista, em suas participações. “Nunca esqueceremos nossas raízes! A Escola Viverde, de onde tudo começou, sempre estará representada; o Jornal O Município, a quem agradecemos sempre pelo apoio e, agora, à Bioleve, pela confiança depositada em nós”, finalizam elas.