O engasgo de crianças ocorre quando um alimento ou qualquer objeto engolido segue o caminho da via respiratória, em vez do tubo digestivo. Isso é comum pela dificuldade de bebês e crianças pequenas engolirem ou controlarem a mastigação. Também pelo hábito de levar tudo à boca.
Quando o produto aspirado chega aos pulmões, causa um quadro grave, que pode levar à asfixia e à morte. O problema é mais frequente na faixa etária entre 1 e 3 anos, com mais de 50% das aspirações ocorrendo em crianças menores de 4 anos e mais de 94% antes dos sete anos.
Entre os sinais de problema estão acesso de tosse, seguido de engasgo, chiado súbito no peito, falta de ar repentina, rouquidão e lábios e unhas arroxeados. Se a aspiração de alimento ou do corpo estranho é parcial, a criança pode tossir e esboçar sons. Quando se trata de uma aspiração total, o bebê não emite ruídos, mas apresenta um quadro de asfixia ou falta de ar considerável e lábios arroxeados.
Em Socorro, uma bebê com apenas dois meses de vida foi salva, em março do ano passado, graças às orientações dadas, por telefone, pelo policial militar Giácomo Aparecido Alpi. Durante a madrugada, o policial recebeu uma ligação por meio do 190 de emergência, na qual a mãe encontrava-se desesperada, dizendo que, ao acordar, notou que sua filha de dois meses, encontrava-se com a boca espumando e sem respirar. “Imediatamente, enviei uma guarnição para sua residência, na área central da cidade e iniciei via fone as orientações de procedimentos técnicos para a mãe. Disse a ela que colocasse a criança em seu antebraço e pressionasse suas costas. Ela seguiu minhas orientações e, na terceira vez que ela repetiu o procedimento, já consegui ouvir o choro da criança”, disse o policial, na época, em entrevista ao jornal.
O Corpo de Bombeiros de Lindóia e região chama a atenção de que uma das situações em que o engasgamento pode ocorrer é no início da amamentação. “Para evitar engasgamentos, após 15 segundos de amamentação, tire a boca do bebê do peito, para que ele recupere a respiração. Não amamente a criança se estiver deitada, pois as chances de tanto a mãe dormir, quanto a de o bebê sufocar, são maiores Quando terminar de amamentá-lo, aguarde 15 minutos antes de deitá-lo na cama, mesmo que ele já tenha arrotado”, informou o subtenente Wanderson Luis Teodoro, que completa. “Além disso, mantenha o berço, sem objetos soltos; cobertores, bichos de pelúcia, protetores de berços, também podem sufocar a criança. Na hora de dormir, deite o bebê de lado, com um apoio nas costas. Nos 3 primeiros meses de vida, deixe o colchão levemente inclinado, para que a cabeça fique um pouco elevada”, diz ele.
Tome nota:
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Se o bebê não chora e não respira, sua pele ficará arroxeada. Mantenha a calma e peça ajuda via 193 ou 192
- Mantenha o bebê voltado para baixo, com a cabeça ligeiramente mais baixa que o tronco, apoiando-o em seu antebraço, sustente a cabeça e o queixo do bebê com a mão.
- Dê até 5 tapas nas costas do bebê, utilizando o calcanhar da mão (figura 1)
- Vire o bebê e apoie no seu antebraço. No centro do peito, na linha dos mamilos, faça 5 compressões com os dedos médio e anelar. (figura 2)
- Repita essa sequência de 5 tapas e 5 compressões, até o bebê voltar a respirar.
- Nessas condições, o leite deve sair pela boca e pelo nariz de bebê, e o choro é um bom sinal de que o ele está se recuperando.
- Quando o bebê se recuperar, coloque-o em uma posição confortável.