Com as bênçãos das congadas, que com seus cantos e cortejo comoventes abriram a exposição, a “Congadas: cortejo de cores e devoção” pode ser conferida no Museu Municipal, até 19 de maio, de terça-feira a sábado, das 9h às 17h.
De maneira admirável, as mais de 350 obras que compõem a mostra nos deslumbram, assim que subimos as escadas do Museu Municipal e atingimos o primeiro andar.
Ali, obras de arte inéditas, realizadas especialmente para a Exposição, dialogam em harmonia com peças da indumentária das nossas congadas. As fitas e flores dos seus esplendores, as coroas dos seus reis e rainhas, as espadas dos seus congos não somente estão expostas, como estão retratadas em pinturas, esculturas e bordados de diferentes estéticas.
Marinilda Boulay, coordenadora da exposição e do projeto mais amplo que a envolve, comenta: “Como a congada nasceu de matriz africana em solo brasileiro, com influências europeias e indígenas, nossa vontade era justamente a de colocar lado a lado várias estéticas e artistas de todo Brasil e internacionais, buscando mostrar que podemos compartilhar o mesmo espaço, nessa grande festa, mesmo se diferentes.
Ainda nesse andar, atravessamos um pequeno túnel colorido pelas capinhas da antiga congada do mestre Vicente e dona Iraci, e caímos na parte antiga do Museu, construída em taipa de pilão e pau a pique, onde um vídeo é projetado, contando a história das nossas congadas.
O segundo andar é dedicado à fotografia. Surpreendentes imagens das nossas congadas são expostas de maneira elegante, tendo como “moldura”, espadas e capinhas vermelhas e brancas de uma congada em louvor ao Divino Espirito Santo, o qual, inclusive, cai em chuva do teto do espaço, por meio de uma série de delicados mobiles ali instalados. Marinilda Boulay enfatiza que “a chuva” é composta por mais de 200 “Divinos”, criados pelos participantes das contações de história que precederam a abertura da exposição.
A “Congadas: cortejo de cores e devoção” traz no seu catálogo um interessante texto da professora de filosofia Lucia Helena Galvão Maya. Durante esse mês de exposição serão realizadas oficinas, apresentações da congada e projeção de filme. No próximo sábado (28/04) teremos a presença da artista de Diamantina (MG), Parisina Ribeiro, no Museu Municipal, para ministrar uma oficina gratuita de bordado com o tema “Congadas – Santos e Devoção”.
A exposição é realizada pelo ITC – Instituto Totem Cultural, que festeja seus 10 anos em 2018, com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e Programa de Ação Cultural- ProAC 2017, assim como da Totem Musicais, Prefeitura de Socorro, por meio das secretarias municipais de Cultura e de Turismo, Projeto Cor-Ação, ComupC, Comtur, Biblioteca Municipal e Museu Municipal. Para as ampliações das fotografias que compõem a Mostra, recebeu apoio da Miyashiro Foto e Vídeo.
O Museu Municipal é aberto de terça-feira a sábado, das 9h às 17h. Visitas escolares podem ser agendadas pelo fone (19) 3895-8344.