“Um sentimento que não tem como explicar!” É assim que Gilberto Antonio Giovaninni descreve a emoção de ser um dos 12 mil selecionados para participar do revezamento da Tocha Olímpica, no dia 20 de julho, na cidade de Rio Claro.
Gilberto é um fiel torcedor da seleção brasileira em competições oficiais como Olimpíadas e Copas do Mundo. A chance de participar da peregrinação do maior símbolo olímpico surgiu com a campanha intitulada “Rota da Tocha”, que apresentava o trajeto oficial do Revezamento da Tocha Rio 2016. Para merecer o feito, a campanha foi atrás de histórias de calor humano e de brasileiros que se atreveram a fazer algo fora do comum. Gilberto enviou a sua história, em 500 caracteres.
“Vi a campanha na televisão e decidi participar e, para minha surpresa, fui selecionado e comunicado sobre isso, em novembro; mas, nem tudo estava certo, foram diversas as etapas que tive que passar. No fim, deu tudo certo, e fui confirmado; inclusive, recebi, recentemente, a notícia de que poderei ficar com a Tocha Olímpica, como lembrança de participação deste momento que será memorável, por toda minha vida”, conta ele, sem conseguir segurar a felicidade por ter sua história escolhida entre as melhores, pela Nissan, uma das patrocinadoras oficiais das Olimpíadas Rio 2016. Estima-se que 100 mil pessoas se inscreveram para a campanha.
Gilberto conta que, juntamente com a confirmação de sua participação, veio uma série de orientações que ele terá que seguir, no momento do revezamento, como o uniforme, treinamento, a forma como receberá a chama da tocha e a passará em diante, entre outras.

Revezamento – como funcionará
A Tocha Rio 2016 chegou a Brasília na última terça-feira, dia 3 de maio. Ao longo de 95 dias, 12 mil pessoas participam do revezamento. Elas têm a missão de conduzir a chama Olímpica pelo Brasil, envolvendo todo país no clima dos jogos.
Na rota, estão mais de 300 cidades e os 27 estados do país. Um total de 20 mil quilômetros em terra e 10 mil milhas aéreas em trechos das regiões Norte e Centro-Oeste, entre Teresina e Campo Grande – sem que o fogo se apague.
Cada condutor leva a chama por cerca de 200 metros – vale lembrar que é a chama Olímpica, acesa na Grécia, que é passada no revezamento e não a tocha. A parada-final da chama é a cerimônia de abertura, no Maracanã, onde a Pira Olímpica é acesa, dando início aos Jogos.
Participação confirmada nas competições

Além da marcante participação no revezamento da Tocha Rio 2016, Gilberto também já confirmou presença em alguns jogos das Olimpíadas, inclusive, no encerramento do evento, tradição que vem se estendendo desde os Jogos Olímpicos de 2008, quando foi para a China.
“Naquele ano fomos eu o meu amigo Nane. O que mais marcou foi a inédita medalha de ouro, no vôlei feminino; porém, por outro lado, perdemos o ouro no vôlei masculino. Também estive presente nas Olimpíadas de Londres, em 2012, já com a Turma do Chapéu. Esta, infelizmente, foi marcada por dois ouros perdidos: no futebol masculino, contra o México, e no vôlei masculino, com a Sérvia”, lembra-se ele.
“Para a Rio 2016, já garantimos ingressos para as finais de futebol masculino e feminino; e para as quartas de final e semifinais do vôlei, no Maracanãzinho, mas ainda vamos tentar outros”, completa o socorrense, que estará acompanhado pelos amigos Maurício Conti, Toni Artioli e Valter Artioli, que também marcaram presença nas Copas de 2010 e 2014, e nas edições da Copa América dos anos de 2011, 2013 e 2015. “E ainda queremos ir, neste ano, aos Estados Unidos, para este certame; está para confirmar”, encerra.
História que ele contou e foi escolhida
“Nasci na zona rural de uma cidade chamada Socorro, no interior de São Paulo. Tive uma infância humilde e só pude estudar até a 4ª série, pois tinha que trabalhar na roça. Mas queria muito conhecer o mundo. Quando assistia às aberturas das Olimpíadas na TV, ficava imaginando: um dia irei ver uma, se Deus quiser.
Aos 20 anos vi que meu sonho continuava cada vez mais intenso. Tomei uma decisão de mudar para a cidade de Socorro. Eu me casei com Meire e tive um filho, Lucas. Aí, trabalhando muito, se passaram mais 22 anos, as coisas melhoraram e fiz minha primeira viagem à Olimpíada Pequim 2008, um sonho realizado; em 2010 fui para a África; em 2011 à Copa América, na Argentina e, em 2012, à Olimpíada de Londres; em 2013 à Copa das Confederações, em 2014 à Copa Brasil, em 2015 à Copa América, no Chile e, neste ano de 2016, à Olimpíada do Rio, já com ingressos e tudo mais. São sonhos realizados e só tenho a agradecer à minha família e a Deus, em primeiro lugar. Esta é minha história!”