Chicago, a cidade dos ventos, uma das maiores e mais dinâmicas dos Estados Unidos, surpreende por suas diferentes facetas. Cenário da guerra dos gangsteres de Al Capone e os mocinhos de Eliot Ness, na época da Lei Seca, também é o divertido palco das peripécias de Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado. Nos esportes, enquanto o querido Chicago Cubs amarga décadas sem títulos, Michael Jordan eternizou os Bulls como uma das maiores equipes de basquete de todos os tempos.
Enquanto Miami é latina e Nova York uma mistura de tudo que há no mundo, Chicago é bem europeia. Ao menos, em termos populacionais. A maior parte de seus habitantes é descendente de alemães, poloneses, ucranianos, gregos e suecos, uma formação étnica que se traduz na gastronomia local. De comidinhas de rua como o gyros (o nosso churrasquinho grego) a alguns dos mais aclamados chefs da América, a cidade oferece uma ampla gama de opções para o turista comilão.
Quem está lá, participando de um programa de Au Pair, há cerca de um ano, é Isabela Zuccon Gomes, de 20 anos, que nos conta um pouco dessa cidade ímpar.
Fale, Isabela!
Chicago é uma cidade maravilhosa, e conhecida como Windy City (cidade dos ventos), pois, por sua localização próxima ao Lago Michigan, durante todo o ano você sente os ventos por aqui. As estações são todas definidas, o que torna incrível as paisagens, em qualquer época do ano: no verão as temperaturas são entre 26°C a 33°C e, no inverno, entre -1°C e -15°C, com sensação térmica chegando a -30°C. Que frio!
Chicago tem uma das arquiteturas mais modernas do país, e isso atraiu minha atenção desde a primeira vez em que estive na cidade. Arranha-céus em estruturas de aço começaram a fazer a história de Chicago, após o grande incêndio que marcou a cidade, em 1871. E assim se faz muitos pontos turísticos como o Willis Tower, que foi por 20 anos o prédio mais alto do mundo; é um prédio comercial, mas, em seu topo fica o Skydeck, um lugar de onde você pode observar 4 estados americanos, e tirar incríveis fotos nas “caixas de vidro”. Outro grande edifício é o John Hancock Center, um prédio comercial também, mas que, em seu topo, tem o Signature Room, o restaurante no 95° andar, e o lounge no 96° andar, perfeito para assistir o pôr do sol com vista para a cidade inteira. Para as pessoas que se interessam, e gostariam de conhecer mais sobre a arquitetura de Chicago, é possível fazer o tour de arquitetura, e o mais indicado é por boat, um bom passeio pelo rio de Chicago, que passa pelo meio da cidade.
O Cloud Gate é outro ponto turístico imperdível, mais conhecido como The Bean (feijão), por sua forma. A escultura está localizada no Millennium Park, onde também ficam outras belas esculturas e, no inverno, tem pista de patinação. No Millennium Park também se encontra o Harris Theater, um teatro a céu aberto, onde, durante o verão, tem diferentes apresentações de música, dança, filmes e atividades físicas, todos os dias.
Chicago possuí grandes museus, como o Field Museum, de história natural e um dos meus favoritos, com muitas exposições interessantes, a cada temporada. Bem próximo do Field se localiza o Shedd Aquarium, lugar maravilhoso, onde todos podem conhecer mais sobre os animais aquáticos. O Lincoln Park Zoo também é um lugar muito gostoso para ter contato com os animais, um zoológico com entrada livre, bem cuidado e agradável.
A principal avenida de Chicago é a Avenida Michigan; começando pelo sul, pode-se visitar o Instituto de Arte de Chicago, que foi nomeado o primeiro do mundo, e faz por merecer, com obras de arte incríveis e vale muito a pena a visita. Subindo para o norte passa-se pela ponte que liga ao Riverwalk, um parque às bordas do rio; continuando pela Michigan, aprecia-se as grandes obras arquitetônicas e é também onde ficam as lojas mais famosas. Chegando ao norte da avenida tem o Water Tower, uma galeria histórica no antigo prédio do sistema de água da cidade. Paralela à Avenida Michigan, encontra-se a State Street, onde fica o Chicago Theater e seu famoso letreiro. Definitivamente, a melhor forma de se “turistar” em Chicago é andando, pois, mesmo sendo uma cidade grandiosa, a maioria dos pontos estão todos no centro, e no caminho também haverá muita beleza.
Um dos meus lugares preferidos para passar o dia é o Navy Pier, um complexo no píer do Lago Michigan que, na parte interna, tem vários restaurantes, lojas, cinema, jardim, espaço para crianças e atrações em geral. Na parte externa tem brinquedos como carrossel, roda-gigante e chapéu mexicano, e também é ponto de partida para passeios de boats. Um lugar onde as temperaturas baixas do inverno não atrapalham a diversão.
A culinária de Chicago tem sua típica pizza, a “deep-dish”, ela se parece bastante com uma torta, e um recheio espetacular de queijo; é uma delícia a comum, com queijo e molho de tomate, mas você pode adicionar mais ingredientes, o que a deixa muito melhor. As melhores pizzarias para comer a deep-dish pizza são a Giordano’s e Lou Malnati’s. O Chicago – style hot dogs, outra comida típica da cidade, é feito com salsicha bovina, mostarda, pimentão, picles, tomate, cebola picada e relish (não sei se temos isso no Brasil), bem diferente do nosso hot dog; perto dos museus e pontos turístico, geralmente se encontra um trailer, vendendo hot dog, mas o lugar para prová-lo é o Portillo’s, onde também se encontra um dos melhores hamburguers e batata frita.
A cidade onde eu moro se chama Wilmette, que fica a 40 minutos, ao norte de Chicago, e aqui foi construído o Templo Baha’i, um dos mais antigos dos 7 templos de adoração existentes no mundo. É uma construção fantástica e que também atrai turistas, mas como sai da rota turística do centro, alguns deixam passar em branco. Eu adoro estar perto e pode sempre apreciá-lo, no caminho para casa.
Espero que eu tenha conseguido passar um pouco da imagem Chicago para todos. Geralmente, não é o lugar principal na lista de viagem de algumas pessoas, talvez por falta de conhecimento sobre a região, mas é um lugar maravilhoso e apaixonante, muito diferente do onde costumamos viver ou visitar: quem tiver oportunidade, dê uma chance para novos lugares. Vale a pena!