O fim do bipartidarismo no Brasil é notícia nesta edição de 1979

Leitura obrigatória

Dando início à abertura política, o presidente general João Figueiredo acabou com o bipartidarismo, numa tentativa de fortalecer e garantir a vitória de aliados e enfraquecer a oposição. Cinco meses antes já tinha sancionado a Lei de Anistia, que permitiu a volta ao Brasil de 5 mil exilados, a libertação de presos políticos e reintegração de funcionários públicos cassados.

Com o fim do bipartidarismo, parlamentares da Arena migraram para o PDS – Partido Democrático Social, o MDB transformou-se em PMDB – Partido do Movimento Democrático Social e parte da oposição ressuscitou o PTB – Partido Trabalhista Brasileiro e PDT – Partido Democrático Trabalhista e foi criado o PT – Partido dos Trabalhadores.

Adeus à Arena e ao M.D.B.

Estão extintos os dois partidos políticos – ARENA E MDB – aliás os únicos aqui no Brasil. Concretiza-se desta maneira o proposito do governo, de dividir a oposição, face à certeza de novas vitorias que esta obteria nos proximos pleitos na maioria dos Estados, como vinha sucedendo até agora.

Pela nova legislação, a entrar em vigor muito em breve, possibilitar-se-á, é verdade, a formação de mais aglomerações políticas. Todavia, diante da situação atual e da propria atuação de cada parlamentar, a maioria tenderá a abrigar-se nas hostes governamentais, mesmo sob o disfarce de partidos diferentes, mas que no final se constituirão em farinha do mesmo saco. Se alguns deputados e senadores deixarão o ARENA, em contra-peso outros abandonarão o MDB, mas em proporção muito maior. É justamente o que a agremiação majoritária pretende, o que lhe possibilitará a permanência no poder por mais uma serie de anos.

Quando muito, a oposição poderá vencer eleições de prefeitos, vereadores, deputados e senadores, mas assim mesmo, olhem lá. Haja vista o que vem sucedendo em nosso proprio Estado, onde de uma só cajadada o governador Paulo Maluf matou nada menos de 14 coelhos, numero de deputados oposicionistas que se bandearam para o seu lado. Isto, sem contar prefeitos e edis.

Já não se falando em escolha para presidente da Republica, a ser feita pelo Congresso, as eleições de governador seguirão o mesmo rumo, sem a menor duvida. Embora hoje se fale que elas serão diretas, na hora H surgirá um outro Pacotão, que mudará as regras do jogo. Os governadores serão eleitos pelas Assembleias Legislativas e aí os homens do poder mexerão os pausinhos para deixar a oposição a ver navios.

Quem viver, verá.

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