“O homem que é um ente pensante muito mais adeantado do que as mulheres…”, é o que pensavam os homens de 1931  

Leitura obrigatória

Na edição nº 3.665, de 11 de maio de 1991, O Município transcreve um editorial publicado na edição 461, de 20 de setembro de 1931, sobre o anteprojeto eleitoral, que dá direito de voto às mulheres. O machismo da época fica evidente, já em 1991, quando O Município completava 70 anos de história. Entre outras desigualdades, ainda temos de lutar por igualdade de salários, atualmente.

A reforma eleitoral

No ante-projeto da lei eleitoral apresentando ao Governo, o artigo 8º faculta às mulheres o direito do voto.

A mulher tão cheia, nestes tempos, de reivindicações extremistas, talvez, julgue uma grande vitória da classe o admitirem-na como eleitora.

Entretanto, para nós, isso não passa de um grande absurdo em confronto com os nossos costumes religiosos e com os malfadados ideais políticos.

O homem que é um ente pensante muito mais adeantado do que a mulher, tem levado a nação ao cataclisma que vimos de assistir; quanto peor não fora estando à sua mercê!

A exclusão do direito do voto á mulher, não a deprime, nem a posterga á escravatura. Ela vem sendo uma digna e fiel companheira na alegria e disciplina do lar, recebendo o prêmio da sua colaboração de esposa – que é o de ser mãe e um acatado respeito da sociedade – por ser esposa.

A mulher que abandona o lar para se imiscuir nas questões políticas, muito terá que lutar para fugir a corrente da maledicência pública que a contempla como um orgam de fraca independência quando solteira e de independência aparente quando casada, porque bem poucos maridos serão maricas e não muitos pais serão párias.

Quem não vê que esse falso progresso levará a discórdia nos lares, a não ser as espoas que se sujeitam aos maridos?

Do contrario, o alvoroto è inevitável e a vida conjugal “se trouve mal”, se esborôa, caminhando para a separação de um laço que deveria permanecer indissolúvel. Com a ideia de liberdade assim, amanhã a mulher não fará obstáculo ao divórcio porque já se habituará a imitar o homem sem escrúpulo e sem força moral que, às vezes, até ontem, lhe emprestara o nome. E o divorcio como estamos vendo pelas experiências dos outros povos é a negação da família, da sociedade sã e dá fé cristã. (…)

E para não entrarmos em maiores comentários sobre o artigo 8º lançamos desde já o nossos contra, aguardando a assinatura do governo depois que o alto juízo publico oferecer as suas impressões às reformas do ante-projeto em questão”.

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