Na edição nº 3.703, de 21 de fevereiro de 1992, a questão das drogas e sua incidência em Socorro já destacava o alerta às autoridades, pedindo o combate incessante aos traficantes, com todo o vigor da lei, para que o problema não tome vulto incontrolável. Infelizmente, o artigo assinado por José Leonício Gomes não foi suficiente para estimular a população e autoridades a coibir esse mal que atinge nossa juventude, hoje com os mais diferentes tipos de drogas sendo consumidas cada vez mais cedo. Tarde demais?
A doença das drogas está em Socorro
O principal sintoma desta doença é anestesiar. A droga é como um anestésico que ataca a vontade, a esperança e principalmente o viço da vida, que é característico do jovem. A vontade de estudar, de trabalhar, de comer, de amar, de viver, enfim, é substituída pela vontade de consumir drogas a qualquer custo num ciclo vicioso mortal, que a dependência das drogas provoca.
É com profundo pesar que constatamos que esta doença chegou a Socorro para ficar. Não queremos ter a ilusão de que este problema, que atinge o mundo todo, não chegasse também a Socorro. O que é profundamente lamentável, é verificar que a sociedade socorrense convive com esta doença e um grande número de pessoas acha que nada mais pode ser feito para detê-la.
Sabemos que alguns setores da comunidade, têm se mobilizado e que algumas providências têm sido tomadas no sentido de se educar e prevenir os nossos jovens quanto ao problema das drogas. Isto é altamente louvável e com certeza, estas providências, juntamente com a educação no seio da família, podem ajudar. Podem ajudar, mas não resolvem.
Em nossa opinião, se não houver repressão rigorosa aos traficantes, mesmo aos “peixes miúdos”, o problema está muito longe de ser resolvido.
Esta repressão numa cidade como Socorro, não pode ser tão difícil como numa grande cidade. Os traficantes são conhecidos ou podem ser facilmente reconhecidos. Por que então não são coibidos? Por que não se aplica, simplesmente, todo o rigor da lei?
Não acreditamos que numa sociedade organizada como a que temos em Socorro, com Polícia Civil e Militar, Ministério Público, Magistrados, Prefeitura, etc., não se consiga fazer um combate mais atuante aos traficantes. Achamos também, que outros setores da sociedade, que atuam com muita dedicação e desinteresse para a causa do próximo, como Lions Clube, Rotary Club, Igrejas diversas, sociedades espíritas, maçonaria, etc., devam se empenhar a fundo no combate aos traficantes.
Existem muitas maneiras destas organizações atuarem neste sentido: provendo recursos para o aparato policial, fazendo denúncias, fazendo campanhas que estimulem a população a colaborar no combate aos traficantes e outras medidas que possam ser efetivas e que envolvam toda a sociedade socorrense.
A sociedade, como um todo, deve estar consciente de que o problema das drogas afeta a todos e que todos devem colaborar.
Se não for possível erradicar completamente a doença, pelo menos mantê-la sob controle, impedindo que se alastre. Este deve ser o nosso objetivo.
José Leonício Gomes
CPF.053.775.014-20.