“Os pais devem se lembrar de que são o exemplo. Se o próprio adulto utiliza de forma inadequada o celular, ele estará influenciando seu filho a seguir esse mesmo caminho”, alerta psicóloga

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A Internet é um local onde as crianças encontram ampla oportunidade educacional, pesquisam os mais diversos assuntos, entram em contato com as diversidades do mundo, se divertem ou simplesmente relaxam. O que os pais precisam saber é que igual ao mundo real, no virtual também existem perigos para a criançada.

Crianças não têm capacidade de julgar o suficiente para determinar o que é bom ou ruim para elas e são facilmente enganadas por informações ou pessoas falsas, passando seus dados pessoais via Internet. O vício pela Internet interfere diretamente naquilo que os avós e pais certamente tiveram na infância: a liberdade para brincar nas ruas e fazer amizades por meio de relações pessoais, e não à distancia.

Nesse momento, os pais exercem papel fundamental na educação dos filhos em relação ao mundo idealizado do computador. Quem dá algumas dicas sobre como orientar os filhos com relação ao uso da internet é a psicóloga Maria Giselle A. Gonçalez.

A melhor maneira de lidar com o acesso da criança à internet é bloquear tudo ou liberar na base da confiança?

Qualquer postura extremista não deve ser tomada, pois nenhum dos extremos é adequado. Utilizar filtros que bloqueiam conteúdos pode ser uma alternativa, mas há sites em que esses bloqueios não funcionam, principalmente os smartphones (celulares). O ideal é estar sempre atento aos conteúdos que os filhos acessam, com quem conversam e o teor e informações das conversas. O tempo também deve ser fiscalizado, pois tudo que é demais é prejudicial.

É correto fiscalizar os sites pelos quais meu filho navega no celular particular?

Sim, pois as crianças e os adolescentes muitas vezes não conseguem avaliar os riscos de acessar um site ou de passar uma informação, foto ou vídeo pela internet ou smartphones. Sem saber, acabam se colocando em ciladas, quando acessam ou passam uma informação como endereço ou uma foto. Nesse ponto, eles têm que ser protegidos pelos pais, que devem limitar o acesso à internet e a smartphones, até eles terem maturidade para saber as consequências das informações que acessam ou transmitem.

Como ensinar a usar o smartphone de modo útil, e não apenas para entretenimento?

Grande parte das crianças e adolescentes utiliza o smartphone para brincar com jogos e/ou ouvir músicas. O ideal é que sejam ensinadas para o filho as outras funções do celular, como o de utilizar a agenda, fazer pesquisas, utilizar aplicativos para lembrar ou mensurar atividades saudáveis, entre outros.

Os pais devem lembrar, também, que ele é o exemplo, e se o próprio adulto utiliza de forma inadequada o celular, ele estará influenciando seu filho a seguir esse mesmo caminho.

Qual a forma adequada de estimular a prática de atividades externas, sem criar conflitos cansativos?

Os pais devem estabelecer o tempo de uso dos aparelhos eletrônicos e investir no que seu filho também gosta, mostrando para ele outras atividades que não dependam dos aparelhos eletrônicos. Desde pequenos, podemos incentivar a prática de esporte ou a música e, na adolescência, deve-se incentivar a participação de grupos vinculados a atividades voltadas ao crescimento.

Dizer que nunca haverá conflitos, sobre o uso de aparelhos eletrônicos, é difícil, mas é preciso firmeza da parte dos pais.

Devo confiscar o celular na hora de dormir?

Se não existe um limite para a criança e o adolescente, sim. É difícil para alguns se desligarem do celular e, assim, não conseguem dormir, se estão com eles. O aparelho deve servir para comunicação com a família e, em momentos adequados, entretenimento. A hora de dormir não se inclui em nenhuma dessas duas situações. Assim, uma ideia simples é deixar o aparelho carregando em outro cômodo. Por outro lado, o sistema de confiança também pode ser aplicado, aqui. Se o combinado for não usar o telefone na hora de dormir, não haverá problema em mantê-lo quieto na cabeceira. Se o trato for descumprido, obviamente, o celular deverá ser confiscado.

O uso prolongado do videogame afeta a capacidade de socialização?

Tudo que é utilizado de forma consciente e sem exageros não é prejudicial. Devemos tomar cuidado para que a criança e o adolescente não substitua a vida real pela vida virtual do jogo, ou das redes sociais. Se isso começar a acontecer é indicado que se comece a estimular mais a socialização, chamando os colegas para frequentarem a casa.

Giselle 1Jogos violentos devem ser proibidos ou permitidos com monitoramento?

Esses games, por definição do próprio fabricante e de órgãos reguladores, não são indicados para crianças. É importante, porém, explicar o porquê da proibição. Essa é uma boa oportunidade para ensinar valores morais aos filhos. Existem vários outros títulos adequados à faixa etária e que, além de atuar como passatempo, contribuem para o aprendizado e o desenvolvimento.

Existem aplicativos que auxiliam o aprendizado das crianças?

Sim, e alguns são gratuitos. O ideal é que os pais busquem os aplicativos pela faixa etária da criança e que aprendam a utilizá-lo primeiro, verificando se há algum risco de exposição ou de contato com informações não apropriadas, antes de mostrar para seu filho. Existem alguns que emitem sons de animais, com atividades em outros idiomas, matemática, português, ou conhecimentos específicos de outras áreas, além de jogos que estimulam a memória e a concentração.

Serviço

Maria Giselle A. Gonçalez é equoterapeuta e psicóloga (CRP 06/73.410); atende no Centro de Saúde e no Sítio Santo Antônio, no Caminho Turístico do Bairro Visconde de Soutello, Socorro, S.P. Contato: (19) 99177-3618.

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