Neste domingo, dia 29 de setembro, comemora-se o Dia do Policial, data instituída em janeiro de 1965, dia de São Miguel Arcanjo, o santo guerreiro. Neste dia, parabenizamos todos os policiais, civis, militares e rodoviários.
A função de autoridade policial implica a aplicação da lei, a proteção das pessoas e da propriedade e a manutenção da ordem pública. Normalmente, aos agentes de autoridade policial é concedido o poder para o uso legítimo da força, no âmbito do cumprimento da sua missão.
Apesar de ser normalmente associada exclusivamente à atividade de aplicação da lei, a atividade policial é bastante mais abrangente. Para além da preservação da lei e da ordem, a polícia pode incluir outras atividades como o socorro em situações de acidente ou catástrofe, o planeamento urbano, a educação de menores e até a assistência social.
Para relatar um pouco sobre o dia a dia na profissão, entrevistamos três policiais: o investigador da Polícia Civil, Vagner Preto; o comandante da Polícia Militar de Socorro, o sargento Jesuel Alpi e a soldado Márcia Cardoso de Andrade.
Porque ser policial?
Sobre a opção por trabalhar como policiais, eles contam que a inspiração em grandes heróis os fizeram fazer esta escolha. Márcia se inspirou em seu tio Valter, atualmente aposentado, e Jesuel já sabia o que queria ser quando criança, época em que era fã dos filmes de guerra e policial, nos quais os heróis eram sempre os sargentos. “Para ser policial, é preciso, principalmente, ter gosto pela profissão, pois, a cada dia que passa surgem novos desafios, os quais devemos superar. Muitas vezes temos que tomar decisões em segundos, algo que pode mudar a vida das pessoas”, relata Vagner.
Entre os desafios da profissão, o investigador afirma que está o controle da criminalidade e as novas modalidades de crime, já que o efetivo da polícia é limitado, o que sobrecarrega os policiais que são submetidos constantemente a situações de estresse. “Atualmente, outro desafio é a aplicação dos princípios de polícia comunitária, aproximando a polícia do povo. O policial está para servir e ajudar o cidadão e não para ser truculento, como ficou marcado na história. Isso vem ocorrendo de maneira gradativa”, lamenta ele.
Para os policiais militares, um grande desafio é a impunidade aos crimes cometidos. “O maior desafio é enfrentar a criminalidade crescente no Brasil, amparada por leis falhas e desatualizadas”, afirma Márcia. “A polícia prende os bandidos, porém, nossas leis defasadas permitem a liberdade, para que a pessoa volte a praticar os mesmos delitos”, completa o sargento.
Ao longo dos anos, o trabalho de policial tem se modificado, tanto com relação à modernidade dos equipamentos, como tablets e armas, como com relação à defesa dos direitos humanos. Para Vagner, o ser humano está mais valorizado, no que se diz respeito à garantia do que lhe pertence, o que proporciona um Estado mais democrático.
Por outro lado, a profissão de policial esta cada vez menos valorizada e respeitada. “Quando comecei minha carreira, o respeito da população para com as autoridades era bem maior, mas isso se perdeu, quando algumas autoridades colocaram seus interesses pessoais acima do coletivo”, enfatiza o sargento da PM. Márcia afirma, também que dentro da Policia Militar, a consolidação dos Valores Constitucionais e a preocupação com valorização do público interno desta instituição foram diminuindo, ao longo dos anos.
Márcia finaliza a entrevista, relatando o respeito que uma mulher policial tem que conquistar, não somente como PM, mas também em qualquer situação. “A hierarquia e disciplina nos diferencia das demais carreiras profissionais, por isso, dentre meus colegas, nunca houve discriminação. Eu acredito que em qualquer situação, o que vai contar mesmo é a postura da mulher, se ela se respeitar e acreditar em si mesma, com certeza não encontrará obstáculos para o desempenho de suas atribuições”, ressalta ela.
Ocorrências mais marcantes
“Para mim, a ocorrência mais marcante foi uma de tentativa de homicídio, na qual a vítima foi alvejada por disparos de arma de fogo e, em seguida, nós também fomos o alvo. Tivemos que reagir e o autor também foi atingido; nós o socorremos até o Pronto-Socorro, contudo o mesmo não resistiu aos ferimentos. Angustiante!” (Vagner Oliveira Preto)
“Para mim, e acho que para qualquer outro policial, a ocorrência que mais marca a nossa vida é a perda de um companheiro em combate” (Jesuel Donizete Alpi)
“Todas as ocorrências são marcantes, cada uma delas é um aprendizado. Mas acho que minha primeira ocorrência, a prisão de um estuprador na cidade de Bragança Paulista, foi um momento marcante” (Marcia Cardoso Andrade)