“Eu preferia estar morto.” “Eu não aguento mais.” “Eu sou um perdedor e um peso para os outros.” Já ouviu ou falou frases como estas? Cuidado, elas não podem passar despercebidas. São alertas importantes. A maioria das pessoas com ideias de morte comunica seus pensamentos e intenções suicidas. Todos esses pedidos são de ajuda.
Hoje, dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Estigmatizado pela sociedade, delicado e cheio de tabus, o assunto precisa de um debate amplo e esclarecedor, que contribui para redução dos casos, salvando vidas.
Números da Organização Mundial da Saúde mostram como o suicídio é um grave problema de saúde pública. No Brasil, a cada dia, 32 pessoas se suicidam, tornando o país o oitavo com mais casos em todo o mundo em números absolutos. A estimativa, porém, é que este índice seja ainda maior. Devido ao estigma sobre o assunto, muitas declarações de óbito omitem a informação, gerando uma subnotificação. Os dados são ainda mais preocupantes quando considerado que a cada morte, a quantidade de tentativas de suicídio é de 10 a 20 casos.
Para o médico psiquiatra Maurício Alfieri Ramos, diretor técnico do Programa de Saúde Mental da Unimed Amparo, um passo importante é desmitificar o assunto para que as pessoas tenham mais conhecimento e, consequentemente, uma maior sensibilidade para percepção da presença de risco.
“O suicídio pode ser prevenido. Dados mostram que 90% dos casos de suicídio podem ser evitados desde que existam condições mínimas de oferta de ajuda, seja voluntária ou profissional. É preciso que o assunto seja mais abordado, como em campanhas, desmitificado, e que o sistema de saúde, público e suplementar, dê meios das pessoas buscarem ajuda”, explica o médico.
Como ajudar diante de um risco de suicídio
Medidas de prevenção podem ser realizadas por amigos e familiares, que têm maior possibilidade de percepção dos riscos. A maior delas é a escuta empática, sem julgamento, demonstrando atenção. Conseguir este contato e ouvir é por si o maior passo para reduzir o nível de desespero suicida. Outras medidas eficazes são: impedir o acesso a meios de cometer suicídio, como esconder armas, facas e cordas; vigilância 24h, não deixando a pessoa sozinha; procurando atendimento dos serviços de saúde e não dar nenhum medicamento que não será prescrito pelo médico.
“A crise suicida tem relação direta com o isolamento, silêncio e falta de suporte psicossocial. Assim, o acolhimento, o amparo, respeito e o não-julgamento são atitudes-chave para o manejo dessas situações. Alinhada a isso, é imprescindível a procura por um serviço de saúde”, alerta o psiquiatra.
No site www.unimedamparo.coop.br, é possível se aprofundar mais sobre os fatores de riscos, identificação de casos e outras importantes ações de prevenção.