O jornal O Município publica, na edição nº 3.576, de 15 de julho de 1989, o fim da greve dos professores estaduais, que durou mais de 80 dias e não alcançou o resultado esperado, em artigo assinado por Waldir Simoni (Marwal).
Apagando as chamas
(fim da greve dos professores)
A greve dos professores da rede oficial do Estado chegou ao seu final, após mais de 80 dias de duração. Um período recorde em relação à paralisações anteriores e sem grandes resultados práticos, do ponto de vista dos problemas da categoria. Os professores se fixaram em algumas questões, as quais consideram fundamentais e das quais não arredam o pé, ao mesmo tempo em que o “Poderoso Chefão” estancou também em determinada proposta, de tal forma que as partes ficaram muito distantes uma da outra. Aconteceu, assim, o que mais se temia e não resta a menor dúvida que, dentro de um ano, tudo se repetirá como agora.
Os professores saem da GREVE cansados, exaustos, arranhados por uma situação extremamente humilhante para a categoria, porque o governo mais uma vez fez questão de tratar a questão do ensino sem a seriedade e a responsabilidade de que este assunto exige.
Trata-se de uma conduta, esta do governo do Estado, que a um só tempo é lamentável e ingênua. Longe de resolver um problema, apenas APAGOU AS CHAMAS, mas não conteve a causa do incêndio.
Assim, a solução para esta greve e para evitar que outras sucedam ano a ano era exatamente a apresentação de um projeto que solucionasse de vez esse terrível problema, para o bem da educação do povo brasileiro.
O futuro de milhões de crianças, o que se costuma chamar de a geração de amanhã, parece mesmo não ter importância e as escolas vão continuar apresentando o ensino que esse governo “competente” impõe aos professores, baixando o ensino neste país, cultivando uma multidão de semi-alfabetizados.
Waldir Simoni (Marwal)