Na edição número 1897, de 18 de maio de 1958, O Município traz uma notícia interessante, enviada pela Express, sobre uma petição feita em versos, ao governador Jânio quadros,
Jânio indefere, em versos, um requerimento em versos
(Express) – Requerimento foi enviado ao governador, subscrito por mais de uma centena de motoristas, “em nome de toda a classe”, a respeito do boné, distintivo da categoria profissional.
O requerimento na integra, em forma de versos, é o seguinte:
Em cumprimento de pascoa,
Saudade a Vossa Excelência,
Está aqui a classe inteira,
Em sincera reverência
São os motoristas de praça,
Que formando um Batalhão,
Que foram de V. Excelência a graça
De terem sempre o boné (à mão)
Ao nosso Governador
E excelente amigo,
Rogamos com fervor que tire a obrigação
Desse importuno abrigo
Atendei nosso apelo,
É justo e procedente,
Nada negligenciamos
E a classe ficará exultante!
Prometeremos a V. Excelência
Não descuidarmos em mantê-lo
sempre (à mão),
Para numa emergência,
Ordem ou parada,
Servir de proteção,
Com boné ou sem boné,
Admiramos o vosso valor,
Seremos escravos certos
Ao lado do grande senhor!
Para maior confirmação do vosso cumprimento e apelo, assinaremos, mui respeitosamente, em nome de toda a classe.
O governador Jânio Quadros, diante da originalidade da petição, exarou o seguinte despacho:
“Casa Civil.
O pedido, motorista,
Não tem cabeça, nem pé,
Ou vis Cumbre de razão.
Deixe o boné bem à vista,
Que a cabeça é pra boné,
E nunca o boné pra mão.
Nem o boné envergonha
Quem honra essa profissão
Ponha amigo, o boné ponha.
Indefiro a petição!
(a) J. Quadros”