Vicente, atuando na Compostagem, ao lado do secretário Tiago Sartori

Graças ao projeto-piloto de compostagem de resíduos orgânicos “Vira Adubo”, 46 toneladas de lixo deixaram de ir para o Aterro em 2021. A informação é do Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Tiago Sartori, que reforça: “metade dos resíduos que recebemos no aterro é formado por resíduos orgânicos, que poderiam ser reaproveitados na forma de composto”.

Desde que teve início, o “Vira Adubo” vem obtendo grandes resultados. Hoje, o material orgânico é coletado em seis escolas públicas municipais, além do Centro Administrativo, Jardim Golo e Grinbergs Village Hotel; seguem para o Complexo Ambiental Municipal onde, junto com os restos de poda da arborização urbana e jardinagem, passam pelo processo de compostagem até se tornarem o composto orgânico. Tal processo leva de quatro a seis meses para ser utilizado na adubação orgânica de hortas, pomares e jardins.

No ano de 2021, essas 46 toneladas de restos de alimentos foram reaproveitadas para a produção de composto orgânico. Além dos ganhos para o meio ambiente, o programa Vira Adubo ajuda a prolongar a vida do Aterro Sanitário Municipal.
Reaproveitar os resíduos orgânicos também gera benefícios econômicos: o que antes era jogado no lixo, passa a ser recurso na mão de agricultores. Em entrevista, o secretário de Meio Ambiente, Tiago Sartori, nos deu mais detalhes:

Quando o projeto de compostagem teve início?
A compostagem dos resíduos orgânicos iniciou em 2015. Os resíduos eram coletados de algumas escolas da cidade, além de casas do Jardim Golo. A coleta e processamento girava em torno de 1 tonelada por mês.
A partir de 2021, buscou-se ampliar a capacidade de processamento dos resíduos orgânicos, por meio do processo de compostagem termofílica em leiras estáticas com aeração passiva, metodologia esta desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina (modelo UFSC). Paralelamente, ampliou-se a coleta envolvendo mais escolas municipais, o Centro Administrativo Municipal e o Grinbergs Village Hotel.

Pretendem ampliá-lo ainda mais?
Estamos estruturando o pátio de compostagem do Complexo Ambiental para podermos ampliar a coleta dos resíduos orgânicos para 180 toneladas por ano. Para tanto, iremos também ampliar os locais que realizamos essa coleta diferenciada. Num primeiro momento a intenção é envolvermos os grandes geradores de resíduos orgânicos (escolas, hotéis, restaurantes e quitandas).

É possível fazer essa compostagem em casa?
Sim, é possível todos compostarem seus próprios resíduos orgânicos em casa. Eu realizo a compostagem de todos os restos de alimentos que minha família produz e mesmo quando morava em apartamento já conseguia compostar uma boa parte.
Ao fazer isso, além dos ganhos ambientais e econômicos ao município, a pessoa ganha um composto rico em nutrientes para usar em suas plantas.
Há diversas técnicas para ser realizado o processo de compostagem. No site https://meioambiente.socorro.sp.gov.br/campanhas/compostagem temos alguns vídeos explicativos mostrando o passo-a-passo.

Secretário faz alerta para vida útil do Aterro

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS / Lei Federal nº 12.305/2010) prevê que a responsabilidade pelo destino dos resíduos deve ser compartilhada entre todos os que fazem parte do ciclo de vida dos produtos, incluindo aqui os consumidores. Ou seja, além da responsabilidade enquanto cidadão e cidadã, há uma responsabilidade legal na destinação correta dos resíduos.
Nesse sentido, o secretário pede mais engajamento da população.

Hoje, quantas toneladas de lixo são enviadas ao Aterro? Como está sua “vida útil”?
O Aterro recebe cerca de 630 toneladas de resíduos por mês, todo ele produzido por nossa cidade, composto por resíduos orgânicos (cerca de 50%), materiais recicláveis (vidro, papel, plástico e metais) e uma pequena parcela formada pelos chamados rejeitos, como o de banheiro.
A princípio, a vida útil do novo Aterro Sanitário é de 7 a 8 anos, porém com o crescente aumento no volume de resíduos enviados pela população ao Aterro, muitos deles possíveis de serem reciclados ou compostados, a tendência é diminuir para 4 a 5 anos.

Recentemente, você divulgou um vídeo mostrando que o Aterro está recebendo muitos materiais que poderiam ser reciclados… A população não está colaborando ou está havendo dificuldades nesse tipo de coleta?
Cerca de 70 toneladas de resíduos recicláveis são coletadas mensalmente pelo Caminhão de Coleta Seletiva e Ecopontos da Cidade e destinadas à reciclagem por meio da parceria com a Cooperativa Corenova. Isso representa 10% da produção de resíduos da população.
Socorro é privilegiada por ter coleta seletiva porta a porta em quase todo o município e ter três Ecopontos. Mas a separação tem que começar na origem (casa ou empresa), separando os resíduos da maneira correta e destinando adequadamente para o caminhão de coleta seletiva ou levando ao Ecoponto.
No entanto, muito material que poderia ser reciclado tem sido destinado equivocadamente pela população, seja misturando os recicláveis com os demais resíduos, colocando no dia errado da coleta ou ainda jogando nas caçambas da zona rural que são destinadas exclusivamente aos resíduos orgânicos e rejeitos.

Algo mais?
Solicitamos a colaboração de cada cidadão e cidadã no cuidado com a produção e destinação dos resíduos produzidos. Isso ajudará a cuidar do meio ambiente e da economia da cidade.
Jogar materiais recicláveis no lixo faz com que percamos recursos duas vezes: deixando de gerar emprego e renda para quem trabalha com esse material e gerando custos para o município enterrar o lixo.

Saiba mais!
Caso tenha dúvidas sobre o itinerário da coleta seletiva, no site https://meioambiente.socorro.sp.gov.br/lixo é possível verificar o dia da semana que o caminhão passa em cada bairro, seja urbano ou rural. Se ainda restar dúvidas, podem ligar no fone 3855-9677.