Arquiteto Julien Boulay cria mural para a Embaixada do Brasil no Vietnã

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Uma imagem geral do mural de 25 metros realizado por Julien Boulay na Universidade de Hanói

Um mural de mosaico cerâmico de 25 metros, que retrata a diversidade cultural brasileira foi realizado pelo arquiteto Julien Boulay, e instalado nos muros da Universidade de Hanói. Ele ganhou um concurso aberto pela Embaixada do Brasil no Vietnã para realizar esse projeto. Julien é filho da também artista socorrense Marinilda Boulay. Em entrevista para o Município de Hanói, ele nos fala sobre a criação dessa obra.

Qual o mote que o levou a criar a arte desse mural?

O conceito foi redesenhar o calçadão de Copacabana mesclando-o com elementos culturais das cinco regiões do nosso país, dessa forma o mural é dividido em cinco partes interligadas pelo fluxo contínuo gerado pela onda do calçadão.

O que significam as imagens que você apresenta no mural?

À extrema esquerda do mural vemos sobre a bandeira do Brasil ondas que evocam o mar, a faixa de areia e como falei o desenho do calçadão da praia de Copacabana. Seguem figuras próprias da cultura brasileira: o cangaceiro, a rainha da bateria do carnaval, o boi-bumbá, o jogador de futebol, a baiana e o indígena. Emoldurados por bandeiras das festas juninas. Vêm em seguida ícones do nosso patrimônio arquitetônico como o Teatro Amazonas, Museu de Arte de São Paulo, Catedral de Brasília, Sambódromo, Cristo Redentor, o bonde do Pão de Açúcar, os morros do Rio de Janeiro e o casario colonial de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Maranhão…  Elementos da fauna e da flora do Brasil marcam presença: bananas, tuiuiú, arara, a onça pintada com as cores verde e azul simbolizando a vegetação e os rios da Amazônia e do Pantanal. E por fim uma síntese da natureza e das realizações humanas do nosso Brasil: as cataratas do Iguaçú, o avião « 14 Bis », uma jangada e o Palácio de Cristal de Curitiba.

Da esquerda para a direita, Julien Boulay é o segundo de cócoras, atrás dele o Embaixador Fernando Apparicio da Silva e a equipe da Embaixada do Brasil no Vietnã na inauguração do mural nos muros da Universidade de Hanói

Como foi feita a execução da sua arte em cerâmica?

No Vietnã temos uma cidade, que é Bat Trang, a qual tem uma tradição muito forte no manuseio da argila, ela é conhecida internacionalmente pela qualidade de seus ateliês de cerâmica. E foi justamente nesses ateliês que aconteceu a execução do projeto em mosaico cerâmico, que foi em seguida instalado ao longo de um dos muros da Universidade de Hanói com 25 metros de comprimento e 1,68m de altura.

Você pretende continuar em Hanói?

Acabei de concluir meu doutorado aqui, no contexto de uma cooperação acadêmica franco-vietnamita, e fui convidado para dar aulas na Universidade de Arquitetura de Hanói, o que me deixou muito feliz, pois gosto muito da cultura desse povo, inclusive suas paisagens lembram muito as socorrenses, com bananeiras e cafezais. Assim penso que vou continuar ainda este ano aqui antes de voltar para o Brasil, e para Socorro, inclusive ficando vou poder sentir um pouco mais como o mural vai ser vivido na paisagem urbana da cidade pelos seus habitantes.

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