“Foi surreal o que vivemos na Costa de Marfim”, dizem diretor do Circuito das Águas Paulista, Antonio Henrique Corsi; e o diretor de esportes de Monte Sião, Claudio Gloria. Eles integraram a Comitiva Brasileira que disputou a Copa do Mundo de Maracanã, que aconteceu em setembro, na Costa do Marfim, no continente africano.

Em nossa redação e acompanhados do assessor de imprensa Caio Araújo, do Consórcio do Circuito das Águas Paulista, eles destacaram os momentos mais emocionantes dentro da quadra e a receptividade do pais com a Seleção Brasileira. “Quando chegamos no aeroporto
até ficamos um pouco assustados com tamanha recepção, tinha autoridades locais, apresentação de danças tipicas marfinenses para nos recepcionar. A Costa do Marfim ama o futebol brasileiro, era clima de Copa do Mundo mesmo”, lembram.

O fuso horário e a alimentação foram outros pontos: só na delegação brasileira, sete atletas tiveram problemas com a comida apimentada. Lá alojados, era hora do treino: como o convite surgiu um mês antes do embarque, foram apenas dois treinos no Brasil, para
conhecer melhor as regras e o jogo e, além disso, correr atrás de toda a burocracia para sair do país: passaporte, visto. Lá, mais três treinos antes da estreia nas quadras. Lembrando que o time viajou com tudo pago pela Federação Internacional de Maracanã. Após três vitórias e uma campanha de destaque, o Brasil ficou em 5º, perdendo para Togo, nas quartas de final, pelo placar de 4×0. Sobre os lances mais emocionantes, Claudio e Antonio Henrique lembram da disputa contra o Canadá, com gol de desempate nos momentos finais da
partida, finalizada em 3×2. “Nosso time estava em ótima sintonia tanto em jogo quanto nos bastidores e isso nos ajudou muito e agora é treinar para a próxima copa em 2026, em Camarões”, conta Claudio. O Brasil será sede da competição em 2028.

A taça de campeã foi para a Costa do Marfim, o vice com Benin, terceiro lugar Togo, 4º Canadá e 5º Brasil, ganhando o troféu de Fair Play como a equipe mais disciplinada em quadra. No total foram dezesseis equipes de quatro continentes na disputa. “Nosso desafio é levar o Maracanã para outras cidades, incentivar a prática dessa modalidade tão importante na África”, diz Antonio Henrique que é também representante do esporte na América Latina.

“La voltamos ao futebol de antigamente: eles jogam bola em qualquer lugar, muitos usando as famosas sandálias Melissa daqui”, ressalta Cláudio. “É bonito ver o quanto eles valorizam o nosso futebol e o quanto amam o Brasil”, completa ele.

A viagem que começou no dia 23 de setembro com o embarque, terminou em 9 de outubro, com a chegada da delegação brasileira,
com os seguintes membros: Jogadores: Danilo Bueno (Monte Alegre do Sul), Adriano Paulista (Amparo), Fabio Gomes (Jundiaí), Claudio Gloria (Monte Sião), Flavinho Jamaica (Águas de Lindoia), Rodrigo Corsi (Aguas de Lindoia, Sérgio Hensel (Águas de Lindoia), Victor
Hensel (Aguas de Lindola), José Pedro (Lindoia) e Raul Zamana (Amparo), com a comissão técnica: Carlinhos Gilli (Serra Negra), Eder Luis (Pedreira), o fisioterapeuta Lucas (Amparo), Antoine Fobá (tradutor) e Antonio Henrique Corsi (chefe de delegação).

Como Antonio Henrique e Claudio disseram anteriormente, a seleção brasileira foi muito bem recebida na Costa do Marfim. A amizade,
que surgiu em 2014 se fortificou ainda mais, além da visita da federação do país no Circuito das Águas, em junho desse ano.

Fora das quadras
Os próximos passos serão de levar o Maracanã para mais localidades e difundir esse esporte, que surgiu na Costa do Marfim em 1970 e recebeu o nome do estádio brasileiro em sua homenagem, já que naquela época a África ainda não disputava Copa do Mundo e os atletas tinham dificuldades com a disponibilidade de espaços para a prática do futebol, dando origem ao esporte semelhante ao nosso futebol.

A Costa do Marfim é um país de língua francesa, com dialeto próprio e o inglês é pouco falado. O atleta Danilo mandou bem no francês e encantou ainda mais a torcida, além de contarem com a ajuda do tradutor Antoine. A transmissão da Copa do Mundo foi para sessenta e seis países e a seleção brasileira foi um dos destaques da programação.