Vamos lá; assim como minhas páginas de mídias sociais (visitem e curtam): “Maurício Conti a sua Viagem …”

Há algum tempo ouço falar do “Circuito do Vale Europeu” entre algumas cidades de Santa Catarina. Esse percurso abrange cidades lindas, agraciadas com paisagens (e subidas) de tirar o fôlego. Numa conversa com o Felipe Souza (da FM Tour Transportes) ainda em 2021, surgiu o projeto de fazer esse roteiro, que finalmente se concretizou no período de 20 a 28 de maio passado. O “Circuito Vale Europeu” em Santa Catarina é, sem dúvidas, uma das principais rotas turísticas do Brasil, pois conta com uma abundante natureza composta por matas, montanhas e cachoeiras; além da charmosa arquitetura e todos os traços culturais referentes à colonização europeia na região. O circuito de cicloturismo, que começa e termina em Timbó e passa por mais 8 cidades, possuí ao todo 287,1 km, que podem ser percorridos em 7 dias, ou menos se você pedalar mais, mas terá menos tempo de aproveitar a região.

Saímos daqui de Socorro, entre amigos, que pertencem a alguns grupos de ciclismo. Tínhamos ciclistas do Panela Bike”, que organizou o passeio com a FM Tour, outros que pertencem ao “Bike Sem Destino”, e ainda alguns, assim como eu, que frequentam diversos grupos, sempre fazendo novas amizades. Partimos na sexta-feira, 20/05, e fomos direto para Timbó – SC.

Na manhã do sábado 21/05, pra “aquecer” fizemos a subida do “Morro Azul” (Parque Ecológico Freymund Germer), que localiza-se a 18 km do centro. É o ponto mais alto de Timbó, com 758 metros de altitude, de onde se pode avistar cidades vizinhas como: Rio dos Cedros, Pomerode, Blumenau e Benedito Santo. Esse 1º pedal já foi de 40 km, com uma elevação de 836 m. À tarde, já que a ideia não é somente pedalar, passeamos em Blumenau, no “Parque Vila Germânica”, onde em outubro ocorre a Ocktoberfest, e no restante do ano está aberto para conhecer os restaurantes com as comidas típicas locais e a cerveja maravilhosa.

Domingo, 22/05, iniciamos o “Circuito do Vale Europeu”, e seguimos por Rio dos Cedros até a cidade de Pomerode: “A cidade mais Alemã do Brasil”. Esse primeiro dia terminou na cidade de Rodeio, com mais de 100 km de pedal. Boa parte do grupo ficou em Pomerode, apreciando à tarde em uma chopperia. Mesmo assim, para quem ficou em Pomerode, foi 66 km de percurso.

Fizemos na sequência de Rodeio a Doutor Pedrinho, onde almoçamos e seguimos para o Distrito de Palmeiras, na segunda-feira 23/05, onde passamos pelo “Caminho dos Anjos”, que realmente parece que se está chegando às portas do céu. E na terça-feira, 24/05 chegamos de volta a Timbó. Mais 60 km pra finalizar. Nesse mesmo dia, entramos na van e seguimos para a cidade de Aiuerê, que se localiza aos pés da “icônica” Serra do Corvo Branco, que subimos no dia seguinte, quarta-feira 25/05.

A Serra do Corvo Branco foi a primeira estrada aberta entre o litoral e a serra catarinense. No trecho principal foi aberta uma garganta nas paredes de rocha com 90 metros de profundidade, considerado o maior corte em rocha do Brasil. Ela recebe este nome devido a uma ave, o Urubu-rei, que tem penas brancas e fazem ninhos no local, sendo que antigamente os moradores chamavam erroneamente de corvo, dando assim o nome da serra. A estrada ainda não foi toda pavimentada, restam 10 km de estrada de terra. Subimos a serra, com direito a parar no Parque “Altos do Corvo Branco”, com suas novíssimas atrações, as passarelas de vidro sobre os desfiladeiros; antes de chegar finamente na cidade de Urubici; num total de quase 50 km, com 1.250 mts de altimetria.

Na manhã seguinte, quinta-feira, 26/05, nos deslocamos de Urubici, para o “Mirante da Serra do Rio do Rastro”, onde descemos e subimos a rodovia da serra, apontada como uma das mais bonitas do mundo. Ligando os municípios de Bom Jardim da Serra (no alto da serra) a Lauro Muller (aos pés da serra), a Serra do Rio do Rastro é uma rodovia que contém um mirante a mais de 700 metros de altitude e, entre paredões rochosos, existem 256 curvas nos mais de 35 km de extensão. Um dia de diversão pra quem gosta de ciclismo; uma “Disneylândia para ciclistas” …

Sexta-feira, 27/05, saímos de Guatá, onde pernoitamos, e fomos para Morretes, no Paraná, para nossa última serra; a “Serra da Graciosa”. Porém, aproveitamos o dia de deslocamento, para passear um pouco por Itapema e Camboriú.

Por fim, no sábado 28/05, subimos e descemos a Serra da Graciosa, conhecida como “Estrada da Graciosa”, a qual possui 40 km de extensão, atravessando a Serra do Mar, interligando Curitiba às charmosas cidades históricas de Antonina e Morretes. A estrada utiliza a antiga rota dos tropeiros ligando a parte alta da serra ao litoral do Estado, atravessando o trecho mais preservado de Mata Atlântica, marcado pela mata tropical e pelos belos riachos que nascem na Serra do Mar, emoldurado pelas flores de hortênsia típicas dessa região. Ainda hoje, a Estrada da Graciosa mantém 8 km calçados com paralelepípedos, com muitas curvas sinuosas envolvidas por encostas floridas, picos, montanhas, cachoeiras e belas paisagens. Em 1993, parte do trecho da Serra foi declarada pela UNESCO como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Na região, existem dois importantes parques estaduais: o Parque Estadual da Graciosa e o Parque Estadual Roberto Ribas Lange. Ao longo da rodovia, são mantidos 7 recantos, contendo estruturas de lazer (churrasqueiras, sanitários, mirantes) que facilitam o acesso dos visitantes que querem conhecer as belezas da Serra do Mar paranaense. Nesse dia, mais 50 km pra “conta” e uma altimetria de 1.000m. Ou seja, subida pra não por defeito.

Terminamos o pedal nesse dia, e voltamos pra nossas casas; realizados por conhecer locais que são considerados como a “Meca” para os ciclistas, pelas amizades feitas e reforçadas, e com vontade de voltar, fazer de novo o mesmo caminho, mas poder mostrar esses caminhos a mais pessoas queridas da gente.”

“Saímos de Socorro, numa semana de frio intenso e anunciavam chuvas e deslizamentos de terra nas serras pra essa época. Agradecemos a Deus, pois encontramos dias de temperatura agradável e as estradas abertas e seguras para nossa aventura.

Obrigado ao grupo de amigos que me acolheu e acompanhou: Anderson Ap. “Bike” da Silva, Bruno Cardozo, Carlos Henrique Comune de Queiroz (de Monte Sião), Danilo Betini, Diego Alves, Felipe Souza, José Cláudio Cardoso de Faria, José Eduardo “Xan” Gonçalvez, Reginaldo Magon, Rogério Ramalho e Vitor Faria. Estaremos juntos numa próxima.

Maurício Conti