O Conselho Tutelar de Socorro divulgou o balanço dos atendimentos realizados nos quatro trimestres de 2021. Ao todo, foram mais de 2.300 solicitações, envolvendo os mais diversos tipos de situações. Entre os destaques estão 5 tentativas de suicídio e 13 casos de abuso/assédio ou suspeita de estupro. Entrevistamos os cinco conselheiros – Antonio Granato Neto, Elder Felipe Ferreira de Oliveira, Mariuche da Silva, Pedro Aparício de Marco Pinto Júnior e Wania Vera Santos de Lima – que falaram sobre o ano de 2021, destacando o aumento de casos de desavenças familiares.
OM – Qual tipo de atendimento mais recorrente que tiveram em 2021?
CT – O atendimento mais realizado em 2021 foi relacionado a Brigas e Desavenças Familiares pela guarda dos filhos, quando somos procurados para orientação sobre guarda, visitas, valor da pensão, etc. casos estes que devem ser resolvidos judicialmente.
Este tipo de atendimento é muito comum no Conselho Tutelar, contudo acreditamos que o fato das escolas terem trabalhado com aulas remotas, acaba aumentando o índice de brigas entre os pais, pois a necessidade de trabalhar e cuidar dos filhos em tempo integral, colide com os cuidados básicos das crianças/adolescentes.
Foram 216 atendimentos de desavenças familiares, 41 de briga de casal, 175 de dúvidas pela guarda durante o ano de 2021, seguidos de 133 de faltas/evasão escolar e 132 referentes a maus tratos, no total foram realizados 839 atendimentos na sede do Conselho Tutelar e 227 visitas domiciliares.
OM – Qual a principal dificuldade que enfrentaram?
CT – Acreditamos que por ser um ano com o ápice da pandemia-Covid 2019, as maiores dificuldades foram as adequações nos trabalhos como, por exemplo, os cuidados ao realizarmos as visitas para famílias vulneráveis, que na maioria das vezes encontravam-se em grande número de pessoas e sem máscaras.
Outra adequação necessária, foi quanto a realização de reuniões e audiências de forma virtual, pois foram necessárias várias adaptações no Conselho Tutelar para que nossos trabalhos não parassem.
OM – Qual expectativa para 2022?
CT – As expectativas deste ano, são para a realização das capacitações previstas, para que continuemos trabalhando em conjunto com a Rede de Proteção dos Direitos das Crianças e Adolescentes, com orientações, sugestões e apresentando assim um trabalho mais rápido e com maior qualidade, zelando para proporcionar a cada criança e adolescente um atendimento mais humanizado.
Também está sendo finalizado pela Prefeitura Municipal o projeto para implantação no município da Lei da Escuta Protegida, que é relacionada a casos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência física, sexual ou psicológica.
Este ano estamos contando com a participação de um suplente, que irá cobrir as férias dos Conselheiros Tutelares, conseguindo assim manter os trabalhos sem interrupções.
OM – Algo mais?
CT – Esperamos que neste ano as coisas comecem a voltar à normalidade nas escolas, creches, no Projeto VemSer, na APAE, nos atendimentos na saúde e assim nossas crianças e adolescentes possam ter suas vidas facilitadas. Através de informações recebidas de outros Conselhos Tutelares, pudemos juntamente com a Prefeitura Municipal aderir e ser habilitados junto a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos para que o Conselho Tutelar do Município de Socorro possa receber equipamentos como veículo, computadores, etc.
OM – Algum agradecimento?
CT – Gostaríamos de agradecer a Prefeitura Municipal através de suas Secretarias e Departamentos, a Câmara Municipal, ao Ministério Público, ao Poder Judiciário, às Polícias Civil e Militar, que sempre quando são necessários e solicitados nos auxiliam, e agradecer também ao Jornal O Município pela oportunidade e parceria de sempre.