Entre os anos de 2011 e 2021, o número de árvores da zona urbana de Socorro passou de 6.829 para 5.044; uma redução de 35,6%. É o que aponta o Censo Arbóreo 2021, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Socorro, em parceria com o Departamento de Biologia da PUC-RIO.

O estudo, coordenado pelo Prof. Dr. Richieri Antônio Sartori, levantou dados quantitativos e qualitativos da arborização urbana de Socorro. “Estamos crescendo e cada vez mais isso fica evidente. No mundo todo, existem estudos que dão uma importância para a vegetação urbana que vai além da estética. Não se pensa mais no paisagismo, mas sim, como a arborização urbana influencia na redução de temperatura, criação de áreas de lazer, interação com a fauna, sequestro de carbono e um dos pontos mais importantes: interação urbana”, destacou ele, que contou com a colaboração de um grupo de voluntários, para a realização deste levantamento.

“Socorro tem este grande diferencial, que é o envolvimento da sociedade de uma forma muito interessante. Não iríamos conseguir fazer, sem esta ajuda voluntária”, completou ele.

Mapeamento identificou 5.044 árvores de 189 espécies

O levantamento do Censo Arbóreo 2021 utilizou como comparativo o estudo feito também pelo prof. Dr. Richieri no ano de 2011. Foram visitados todos os bairros da área urbana de Socorro, além de árvores e áreas verdes públicas, sem considerar a mata ciliar. Durante seis meses, os grupos de voluntários visitaram os bairros e coletaram características de todas as árvores, entre eles, local, dados botânicos, altura, diâmetro, condições fitossanitárias e os danos ao calçamento e fiação.

Ao todo, foram 278 logradouros analisados, nos quais, o levantamento apontou a existência de 5.044 árvores, pertencentes a 189 espécies, 148 gêneros e 55 famílias botânicas. Segundo o levantamento, 88,5% deste total está em vias públicas e 11,5% foram plantadas em áreas verdes públicas. Richieri conta que entre as espécies, as mais encontradas foram Resedá, com 1.282 unidades, e Murta, com 782 unidades. “No caso das murtas, temos uma questão: ela é uma espécie não nativa que traz um problema ecológico e econômico, já que pode passar doenças para os cítricos. Elas não podem ser plantadas no estado de
SP e, apesar da proibição, identificamos algumas árvores novas”, aponta ele.

Além disso, entre cinco espécies mais encontradas estão: Ipê-amarelo (398 unidades); Resedá-gigante (211 unidades); Pitanga (163 unidades).

O Censo Arbóreo também levou em consideração os danos estruturais que podem ser causados pela espécie plantada em um determinado local. “Estes danos foram classificados de 1 a 5. Consideramos o estado fitossanitário da árvore – se está morrendo, com fungos ou corre o risco de cair; os danos no calçamento, inutilizando totalmente o espaço de travessia
da população; e também os danos à fiação”, explica Richieri.

A pesquisa apontou 426 árvores que receberam ao menos uma classificação “5” em um dos critérios, representando 8,4%
do total. “São 426 unidades que merecem uma atenção especial por parte do poder público, principalmente na questão do
calçamento. Uma informação importante é que, grande parte das árvores que não tinham problemas há 10 anos, agora
apresentam. Isso reforça a necessidade de um bom planejamento agora, para evitar problemas no futuro”, salientou o
pesquisador.