Leves luzes azuis destacando a fachada. Música. Coquetel. E alegria. Assim foi a noite do sábado, 21 de maio, quando o
Museu Municipal abriu as portas para receber o público que veio participar da abertura da exposição “Patrimônios Histó-
ricos Socorrenses”. Sim, participar, pois a arte só faz sentindo quando dela participamos quer seja com nosso olhar, quer seja
com nosso comentar e o despertar de sensações. E assim se faz com nossas casas – simples ou palacetes –marcos da história de nossa cidade e nossa gente retratadas na exposição.
“Notamos que os próprios moradores muitas vezes não conhecem a cidade com o olhar mais atento e a exposição permite que ela seja enxergada de maneira diferente”, conta Rosângela Politano, coordenadora do Projeto Cor-Ação e curadora da exposição. “Nossa, esse casarão existe, mas onde ele fica?”… “Eu moro aqui há anos e nunca prestei atenção nesse casarão”… “Isso é na nossa Zona Rural mesmo?”…
Foram alguns dos muitos comentários nas conversas da noite, que foi marcada por alegria e sonhos de dar continuidade às
atividades do projeto Cor-Ação. A solenidade da abertura contou com homenagens à Guilherme Salles de Campos, Tiago Faria
e Índio da Cruz, que junto com o prefeito e participantes das oficinas do “Despertar Artístico” receberam certificados de
guardiões da arte. Rosangela explica que muitos deveriam ser homenageados pelo apoio e incentivo ao Cor-Ação e que
foi difícil selecionar três: Guilherme, por seu árduo trabalho para o levantamento dos casarões e em defesa do patrimônio
histórico; Tiago por seu apoio às ações em torno da Arte Naïf e das ações do projeto e Índio da Cruz por ter sido desde sempre
um idealizador das oficinas e incentivador do fazer artístico. Ela também destaca a presença e participação da Coorporação Guarda Mirim em oficinas e na abertura.
Apesar de estar ligada à estética Naïf, Rosângela explica que a curadoria da exposição abriu espaço para as várias estéticas. A
exposição, que faz parte da comemoração dos 10 anos do projeto Cor-Ação, segue no museu até o dia 27 de agosto.
Sobre o projeto, Rosângela conta que buscam apoio para a criação de uma sede com a infraestrutura ideal para a realização permanente de oficinas. São necessárias pias, armários, bancadas para o desenvolvimento das obras. “O tema dessa exposição nos permitiu trabalhar a memória afetiva dos socorrenses e pessoas que por aqui passam e vivem. Isso é base importante de todo o nosso trabalho”, diz sorrindo. “Precisamos criar esse espaço em que se faça a oportunidade para o despertar do papel da arte e que se abram portas para novos talentos. Precisamos fortalecer a ideia de que a arte é para as pessoas, todas elas.
Foi para isso que o Cor-Ação foi criado: para fazer a comunhão em torno da arte”, encerra.