Colecionar é um hobby para muitas pessoas, principalmente quando a atividade vem de algum parente querido ou lembrança da infância. Nesta semana fomos conhecer a coleção de moedas do socorrense Renato Corozola, atendendo a sugestão de pauta de nossa querida colaboradora Nana Baldi.
Ele nos conta que o interesse começou aos dez anos, quando via as notas antigas do avô, Antenor Botacin. Hoje, aos 34 anos, o hobby ganhou força e seu acervo conta com cerca de 2.000 peças, dentre dinheiro brasileiro e cédulas de outros países, vindas muitas vezes de colegas que viajaram e até mesmo de seu pai; que, segundo conta, achou uma nota de Dubai caída em seu cafezal.
A primeira moeda colecionada é do Centenário da Independência, de 1922, de seu avô. Seu foco é a Coleção da Família Real e Renato já conseguiu grande parte do acervo, dentre elas a moeda mais rara: Moeda de 1 real dos Direitos Humanos a qual foi cunhada apenas 600.000 no Brasil inteiro, o que a torna a mais especial de toda coleção.
Sua coleção de cédulas começa no Cruzeiro e nas moedas de Réis de 1.800, ainda com a descrição de “Republica dos Estados Unidos do Brasil”, na época em que os estados se reuniram para criar o seu próprio dinheiro. Perguntado sobre onde consegue encontrar as peças, ele comenta que ‘garimpa’ fora da cidade, já que aqui, nem sempre o preço de tabela é praticado. Mas Renato conta com a colaboração de outros dois amigos colecionadores: Ari e Evaldo Artioli, que sempre trocam peças e informações.
Moeda mais rara, dos direitos humanos
Mas todo dinheiro é especial?
Não, não precisa revirar o cofrinho a procura de qualquer moeda. No universo dos colecionadores são seguidas três regras básicas:
– As cédulas e moedas mais valiosas são as “Flor de Estampa” (cédulas) ou “Flor de Cunho” (moedas), peças que nunca tiveram circulação. A maioria das peças de Renato é a Flor de Estampa;
– Soberba é o nome dado às cédulas ou moedas com pequenos desgastes; com pouca circulação.
– MBC (muito bem circulada), sem muito valor para os colecionadores.
Curiosidades
Para uma moeda ser considerada rara é preciso que sejam cunhadas menos de 1.000 de peças; erros de fabricação e números sequenciais – as preferidas dos colecionadores de anomalias -, além de siglas como AA também as tornam especiais;
As cédulas da 2ª família do Real com as siglas DZ foram fabricadas na Suécia; as moedas com ‘ilusão de ótica’ também chamam a atenção dos colecionadores;
Nas moedas de R$ 0,05 e R$ 0,50 de 2019, uma pequena letra A significa que foram fabricadas na Holanda;
A troca de moedas é realizada em todo mês de agosto de cada ano, ou seja, as moedas de 2021 começaram a circular no mês passado.
As assinaturas também influenciam: encontrar uma nota assinada por alguém que dirigiu o Banco Central por um mês é bem mais difícil do que as assinadas por um diretor que ficou no cargo por dez anos; sendo assim, para os colecionadores, algo raro.
Em edições comemorativas, como Renato possui dos 25 anos do Plano Real, em 2019, são cunhados números especiais: 25 milhões de moedas de R$ 1,00.
Renato finaliza a entrevista dizendo que está a serviço de quem quer começar a colecionar, com muitas peças para negociação.
