Além dos sintomas principais da COVID 19 (perda de olfato, paladar, febre, tosse seca e falta de ar) algumas queixas dermatológicas também tem sido relatadas desde o começo da pandemia. Conversamos com a dermatologista dra Mariana Tasca para esclarecer as principais dúvidas a respeito desse tema.

Quais são as manifestações na pele relacionadas a infecção do Coronavírus?
Primeiramente é preciso esclarecer que apesar de muitas lesões na pele estarem relacionadas a infecção do Coronavirus, pouco se sabe sobre o porquê delas surgirem e desde então, são motivo de muito estudo e pesquisa.
Inclusive, caso o paciente perceba lesões como as abaixo, a indicação é realizar o exame de COVID-19 para detecção ou exclusão da infecção. As principais lesões já descritas são:
• Urticária (manchas vermelhas que coçam) e exantema (vermelhidão súbita pelo corpo) que aparecem no começo da infeção ou dias antes dos sintomas principais, e desaparecem em poucos dias.
• Vesículas ou pequenas bolhas pelo corpo.
• “Dedos de COVID”: lesões avermelhadas/arroxeadas que surgem principalmente nos dedos dos pés com incidência maior em pacientes graves e internados por longo período, possivelmente causadas por sequelas de tromboses.

A queda de cabelo também tem sido relacionada a infecção do Coronavírus. Como é feito o tratamento?
Até o momento, aproximadamente 30% dos pacientes infectados relataram queda de cabelo após a doença.
A queda abrupta dos fios se inicia após algumas semanas da infecção e pode durar até 6 meses.
Essa queda de cabelo é classificada como Eflúvio e é comum acontecer em pacientes com elevado nível de estresse, após internações prolongadas, altas doses de medicações e cirurgias.
A boa notícia é que a queda de cabelo pós COVID costuma se resolver espontaneamente, sem necessidade de tratamento entre 3 a 6 meses.
Contudo, se a queda capilar estiver muito intensa ou com durabilidade maior que 2 meses é possível iniciar o tratamento dermatológico com medicamentos tópicos (loções capilares), orais e também com mesoterapia capilar (injeção de medicamentos no couro cabeludo) com ótimos resultados.

Como identificar que a queda capilar está fora do normal?
A quantidade normal de queda de fios por dia é entre 100 a 150 fios de cabelo.
Costumo explicar que é aquela quantidade de fios que você já está acostumado a ver na sua escova e após lavar os cabelos.
Identificamos que está acima de 150 fios por dia quando há perda de volume total de cabelo (diminuição do volume quando faz um “rabo”, por exemplo) aumento da área das “entradas” e o couro cabeludo mais visível que o seu normal em um curto período de tempo.
Os fios se desprendem facilmente quando lavados, escovados e até mesmo com o passar das mãos por eles.
Essa é a queixa relatada pelos pacientes que passam pelo Eflúvio Pós COVID.

Muitas pessoas se queixam de irritações nas mãos e dedos pelo uso excessivo de álcool gel. Tem uma dica de como melhorar esse ressecamento das mãos?
• Nesse caso é melhor evitar o uso de álcool gel e dar preferência a lavar as mãos com
sabonete líquido, pois esse é menos irritativo.
• Logo após lavar as mãos, hidratá-las, lembrando inclusive de hidratar cutículas e unhas que tendem a ficar mais quebradiças.
• Utilizar luvas ao lavar a louça, roupa ou em contato com produtos de limpeza.

E sobre as espinhas na região das máscaras? Como evitá-las?
É muito frequente atender pacientes com “maskne” (acne da máscara). Sabe-se que a máscara causa um ambiente propício ao desenvolvimento de bactérias na pele e por isso, o surgimento das espinhas.
Algumas orientações que podem ajudar nesse caso:
• Lavar a face com sabonete líquido para pele oleosa 2x/dia.
• Evitar maquiagem nesse local.
• Utilizar um hidratante leve noturno (gel ou serum).
• Não espremer ou cutucar as espinhas.
• Trocar periodicamente as máscaras e, se possível utilizar máscaras descartáveis.

Serviço – A dra Mariana Tasca (CRM 129.811 / RQE 80.723) atende na Clínica Vivaz, à Rua R. Ferrucio Beneduzzi, 83. O telefone para contato é (19) 9 8129-6290 e o Instagram é @marianatasca.dermato.