O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira, que movimenta milhões a cada ano. Dentro desse mercado está a avicultura, uma das principais atividades da Fazenda Sant’Ana, no Bairro Cubas. Fomos recebidos pelos proprietários Beth e Mario Pares Junior, o Marito, que nos explicou sobre o novo modelo de criação de frangos e ovos. Acompanhe:
Marito sempre trabalhou no agronegócio, formando-se engenheiro agrônomo pela Esalq – Escola Superior de Agricultura, em Piracicaba. Ele se lembra da primeira granja, em 1965, quando seu pai iniciou a produção caseira, de modo empírico com 10.000 cabeças. Com o passar do tempo e as oscilações da economia, Marito passou por três crises econômicas entre idas e vindas da avicultura.
A pior crise aconteceu entre 1996/1997, logo após vender duas fazendas em Goiás e investir no aumento da granja a 133.000 cabeças. Nessa época, o frango passou a ser subproduto do esterco. Para recuperar parte do capital, ele vendeu os equipamentos automáticos.
Marito então toma fôlego e começa novamente a trabalhar na avicultura. Mas os tempos de trégua não duraram muito e logo estoura outra crise: a proibição do esterco de frango (uma cama formada a cada granjada), para evitar os casos da encefalopatia espongiforme transmissível – a doença da vaca louca. Essa proibição afetou diretamente a produção de Marito, já que o esterco também fazia parte da renda da fazenda.
A granja ficou parada por quatro anos e, enquanto isso, na Fazenda Sant’Ana outras atividades eram fonte de renda e permanecem até hoje: a citricultura, com 25 hectares e 15 mil pés de laranja; a piscicultura, com tanques para a criação de tilápia em rede; a bovinocultura de corte e a mais recente inovação: a chegada da raça Brangus, um mestiço do Angus e Brahman.
Após oito anos arrendando a granja, Marito entra em sociedade com a empresa Avicultura Beretta, de Amparo – uma das mais reconhecidas do ramo. Atualmente, a granja de Marito é a base da cadeia produtiva, concentrando sua produção de ovos e frango, seguindo todas as recomendações do Ministério da Agricultura, sendo destaque na região. Para o próximo ano, ele pretende aumentar em 2/3 o tamanho atual de duas granjas de 250 metros.
Com a modernização, trabalham apenas quatro funcionários e o restante é tudo automatizado. Na granja, não é permitido nenhum tipo de contato humano: os ovos saem dos ninhos automáticos e percorrem todo o caminho por uma esteira até chegarem na “Casa de Ovos”. As esteiras e os ninhos automáticos também são produtos socorrenses, fabricados pela Vencomatic. A produção diária é de 25 mil ovos, chegando a marca de 6 milhões de ovos a cada dez meses. O grande volume de ovos férteis é importante para a futura produção de frangos em outro estabelecimento.
São mais de 30.000 aves, sendo 6 galinhas por metro quadrado. Dentre as exigências do Ministério da Agricultura estão: a desinfecção dos trabalhadores dentro da granja e o uso de roupas especiais; desinfecção dos caminhões ao entrar e ao sair; telas protetoras de ½ polegada, para evitar qualquer tipo de ave, principalmente as migratórias, que podem trazer doenças de outras localidades.
“A avicultura é uma atividade interessante de várias maneiras: tenho um grande volume de ovos e carne; consigo remanejar minha produção conforme a situação do mercado e, além disso, tenho sempre adubo orgânico e esterco”, encerra Marito. Confira vídeo da produção: