Socorrenses têm dados vazados na internet e sofrem golpes. Advogada orienta como se proteger e o que fazer nesta situação

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O maior vazamento de informações já ocorrido no Brasil expôs informações cerca de 223 milhões de brasileiros, incluindo autoridades como o presidente Jair Bolsonaro e ministros do STF. Diferente de outros vazamentos, esse expôs informações muito mais detalhadas dos brasileiros e também de mais de 40 milhões de empresas.
Dentre os dados vazados estão CPF, nome, endereço, renda, imposto de renda, fotos de rosto, participantes do Bolsa Família, scores de crédito, renda, situação na Receita Federal e inclusive informações do INSS.
“Infelizmente este vazamento também ocorreu com muitas pessoas da nossa cidade, e várias já sofreram golpes e crimes”, conta a advogada Caroline Balderi Martins Bortolotti. dizendo que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar este mega vazamento e tentar identificar os autores e possíveis compradores destes dados, que estão sendo comercializadas em pacotes a partir de US$ 500.


O que um golpista pode fazer com esses dados em mãos?
Esses dados são muito importantes, pois permitem a realização de uma série de transações financeiras, além do acesso a uma série de serviços de cobranças.
A pessoa que teve dados compartilhados pode ser vítima de diversos golpes e crimes como por exemplo: a inscrição do titular de dados em contas aleatórias ou suspeitas; filiação a times de futebol e partidos políticos; solicitação de dinheiro pelos meios eletrônicos; solicitação de cartão de crédito em nome do titular do dado; utilização do CPF para abertura de empresas; empréstimos debitados diretamente na aposentadoria ou debitados em conta bancária, dentre muitos outros.

O que fazer ao descobrir que foi vítima de golpe ou crime?
Primeiramente manter a calma. Em seguida, colete evidências sobre os fatos ocorridos. Registre as provas, se possível, registre uma ata notarial, faça um Boletim de Ocorrência e avalie quais os prejuízos.
Em alguns casos, a pessoa ou a empresa precisará procurar um advogado de sua confiança e acionar a justiça para garantir ou preservar seus direitos.


Como se proteger?
A recomendação é, a partir de agora, ter cuidado redobrado. Utilize senhas fortes; não abra qualquer e-mail; duvide de mensagens recebidas pelo SMS; não ligue para números fornecidos através de e-mails, WhatsApp ou SMS; sempre cheque a fonte ou ligue diretamente na instituição ou órgão do governo, para averiguar se a informação é verdadeira.
Nunca passe seus dados para desconhecidos, seja por telefone ou qualquer outro meio eletrônico. Acompanhe rotineiramente extratos bancários e do cartão de crédito; e também seu CPF no Registrado, do Banco Central. Por lá, você tem consulta gratuita a relatórios de chaves Pix, de empréstimos, de financiamentos, de contas em banco e outros.
No caso das empresas, elas precisam se organizar para ter sistemas seguros, para que esses dados não sejam acessados e para que não ocorram fraudes.

Como funciona a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor no ano passado?
A economia digital hoje é customizada, por meio de algoritmos, voltada para interesse de cada um. De um certo ponto, isso não é ruim, porque as empresas vão fidelizando o cliente e os clientes também ficam felizes, afinal, ninguém quer ver o que não gosta.
Porém, em contrapartida, para as empresas terem esse acesso é preciso que forneçam ou utilizem dados. Essa leitura massiva de dados acaba invadindo a nossa privacidade. A lei geral de proteção de dados foi criada exatamente com este objetivo, proteger dados e possíveis abusos de invasão de dados.
O titular dos dados agora poderá solicitar informações às empresas de como seus dados estão sendo utilizados, para quem foram compartilhados ou “vendidos”; requerer a correção de dados, eliminação ou qualquer outra informação que a empresa possui do titular. Se caso a empresa não fornecer tais informações, poderá sofrer processo judicial ou uma auditoria pela autoridade nacional (ANPD) ligada à presidência da República.
As empresas vão precisar se adequar com a implementação de documentos, governança de dados, orientar funcionários e contratos a respeito das práticas em relação a proteção de dados, ter políticas internas de privacidade, fazer alterações contratuais, proteção da reputação e imagem da marca.

Advogada Caroline Balderi

Algo mais?
Esse vazamento é um total absurdo e nos traz uma insegurança muito grande. O vazamento de dados é gravíssimo, podendo gerar danos a várias pessoas que tiveram seus dados vazados. É um cenário de risco pessoal e violação à privacidade das pessoas.

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