Foto: Conexa Saúde

A campanha “Janeiro Branco” tem como objetivo abordar a saúde mental e, desde 2014, diversas ações são realizadas para que as pessoas, ao traçarem suas metas para o ano, também reflitam sobre a sua mente e quais hábitos mudar. Para abordar o assunto, entrevistamos a psicóloga Priscila Barbosa, especialista em Neuropsicologia e Terapia Cognitivo Comportamental. Acompanhe:

O que significa ter saúde mental?
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o termo se refere a um bem estar no qual o indivíduo mostra capacidade de desenvolver suas habilidades pessoais, lidar com situações de estresse, trabalhar de forma produtiva e encontrar-se apto a dar sua contribuição para sua comunidade.

Quais as principais doenças mentais que estão afetando a população durante essa pandemia? Gostaria de citar alguns casos?
O Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS. Atribui-se a esse fato as questões sociais como violência, desemprego, política e a pandemia – situações que, mesmo inconscientemente, despertam nossos sentidos de alerta.
Muitas pessoas começaram a apresentar sintomas de transtorno mental ou simplesmente tiveram o agravamento do quadro que já apresentavam anteriormente à pandemia. Os transtornos mentais mais comuns foram a depressão e ansiedade, síndrome do pânico e transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).
Importa salientar que cada pessoa pode ser afetada de uma forma diferente, pois foram vários tipos de interferência. Algumas pessoas perderam o emprego, com isso diminuindo a renda; a própria questão do falecimento de algum familiar ou apresentação de sequelas após a contaminação, isso pode afetar toda estrutura familiar.

Quem mais está sujeito a ter problemas mentais? Como podemos identificar que estamos precisando de ajuda?
Todas as pessoas estão suscetíveis a experimentar sintomas de algum transtorno mental durante a vida; isso depende das atitudes que ela utiliza para minimizar esses efeitos e histórico de saúde e enfrentamento. Identificamos quando tem instabilidade do humor (mudança repentina do humor), deixamos de fazer atividades cotidianas com empenho e qualidade anterior, capacidade de resolver problemas, baixo rendimento escolar e laboral, problemas cognitivos como desatenção e dificuldade memória, bem como aparecimento de outros fatores físicos (queda de cabelo, dermatites, alterações gastro intestinais, entre outros).

Como podemos nos cuidar? E como ter saúde mental pra viver bem?
Algumas atitudes importantes para manter ou melhorar um possível agravamento da saúde mental:

  • Manter uma rotina sustentável com horários para acordar, comer e dormir.
  • Alimentar-se de forma saudável para contribuir com humor e imunidade.
  • Manter contatos sociais, pode ser de forma virtual com amigos e familiares.
  • Minimizar ou escolher muito bem canais de notícias e informação, que podem aumentar a sensação de ansiedade.
  • Dedicar-se mais às atividades prazerosas, que facilitem pensar de forma saudável e estimulem ideias.

Algo mais?
A dica mais importante é observar-se para conseguir identificar alterações no humor e procurar ajuda por meio de atendimento psicológico (psicoterapia) ou avaliação psiquiátrica. Quanto antes buscarmos ajuda, melhor.

Serviço
Priscila Aparecida Benatti Barbosa – psicóloga especialista em Neuropsicologia e Terapia Cognitivo Comportamental (CRP 06/86993). Atendimento adulto e infantil na Clínica Vivus – Rua José Peretto, 264. Telefones para contato: (19) 99600-7771 ou 3855-8880.